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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Procuram-se programadores de mainframe

Antes da chegada dos tablets, smartphones e PCs, os mainframes eram unanimidade no mundo corporativo e esse cenário permaneceu por muitos anos. Mesmo depois que sistemas cliente/servidor surgiram, a tecnologia não foi descartada em algumas verticais, especialmente na de finanças, suportando operações pesadas e críticas. A longevidade dos computadores de grande porte exige uma mão de obra qualificada e cada vez mais escassa, já que poucos jovens são atraídos para os sistemas Cobol processados por essas máquinas.   
"O mainframe está vivo e ainda movimenta a economia global", diz Dayton Semerjian, gerente-geral de mainframes da CA Technologies. Ele observa que 80% das empresas que fazem parte da lista Fortune 500 ainda usam a plataforma.

Mas muitos dos profissionais que trabalham com mainfraime vão se aposentar nos próximos anos, e há indícios de que menos alunos estão interessados em aprender como trabalhar com o sistema. Esse quadro pode levar a escassez de competências na gestão e na manutenção dos computadores de grande porte que rodam tantas aplicações críticas.

A permanência do mainframe na era dos computadores de pequeno porte está baseada em seu desempenho para altos volumes de transações, segurança e virtualização, acredita Semerjian. "A superioridade da plataforma continua inigualável, diz.

Mainframes estão sendo usados para processos centrais de negócios nos serviços financeiros, bancários e cuidados de saúde, diz Paul Vallely, diretor de vendas da Compuware, que oferece aplicativos para essa plataforma. Eles também estão se tornando úteis em computação em nuvem, acrescenta. "O mainframe está se transformando em um servidor de dados gigante para ser capaz de fornecer aplicações em cloud computing."

A busca por pessoas com habilidades para trabalhar com mainframe tem exigido mais esforço das companhias. Uma pesquisa da Compuware com 520 CIOs de grandes empresas constatou que 71% estão preocupadas com a falta de especialistas nessa tecnologia. Eles temem que a escassez de mão de obra capacitada prejudique os negócios e coloque produtividade em risco. 

Além disso, 78% disseram que aplicativos de mainframe continuarão em alta na próxima década. E o preço por não ter recursos de TI é enorme: um minuto de interrupção desses computadores de grande porte pode custar em torno de 14 mil dólares em receitas perdidas para uma companhia média, afirma a Compuware.

A Compuware prevê que 40% dos atuais 2 milhões de programadores Cobol existentes no mercado global, linguagem de programação do mainframe, se aposentem nos próximos anos. A CA Technologies concorda: "os pioneiros do mainframe são os Baby Boomers", diz Semerjian. 

Programadores

“Habilidades de programação são vitais para usar mainframe”, afirma Vallely. Mas isso não é tudo. "Essas tecnologias têm décadas de modificações e complexidades construídas e precisam de programadores experientes para mantê-las funcionando de forma eficaz”, completa. Como resultado, aqueles que desejam trabalhar com mainframes ganham mais do que os que atuam com outras plataformas, assinala.

Mainframes utilizam Cobol e Assembler como linguagem de programação. Mas hoje em dia, as universidades não estão reproduzindo o conhecimento sobre elas, acredita Semerjian. Além disso, os estudantes estão preocupados com a aprendizagem de novas tecnologias, como .Net e Java. "Apesar do fato de que mainframes são essenciais para muitas das grandes empresas, para os programadores mais novos não há tanto burburinho na aprendizagem de programação da plataforma", diz Vallely.

Saidas para eliminar gargalo
Segundo os executivos, apesar da escassez de profissionais na área, universidades olham com atenção o quadro e empresas têm dado ênfase no desenvolvimento de habilidades para trabalhar com mainframe, avalia Vallely.  

CA, Compuware, IBM e outros fabricantes tentam resolver o déficit de competências com programas educacionais e/ou ferramentas. Por exemplo, o CA Mainframe Chorus apresenta uma interface gráfica e captura de conhecimento destinados a modernizar a experiência de mainframe para atrair programadores e também exige menos conhecimento upfront.

A Compuware ajuda clientes com programas de treinamento e oferece serviço pessoal. A companhia também oferece ferramentas como o Xpediter para depuração e análise de aplicações mainframe, bem como o File-Aid para arquivamento, gerenciamento e análise de dados.

A Academic Initiative da IBM para mainframes System Z permite que escolas ensinem sobre a plataforma e auxiliem no desenvolvimento de competências com o objetivo de criar um pool de programadores e engenheiros de mainframe para seus clientes.

Outra abordagem da indústria para lidar com a escassez de talentos com competências em mainframe é mover a tecnologia para sistemas operacionais modernos. Por exemplo, o z/OS da IBM não é mais o único quando se trata de sistemas operacionais da companhia para mainframe. 

Agora, eles podem executar o Linux OS. O analista da consultoria IDC Jean Bozman diz que, a partir de sua última análise do mercado, em 2009, identificou que 30% de todos os mainframes System Z foram comprados com sistema Linux.

IBM lança mainframe em conceito de smarter computing


A IBM faz hoje o lançamento mundial do z114, um servidor mainframe que custa 25% menos e oferece 25% maior desempenho que seu antecessor, o System z10 BC. A companhia quer vender o produto para governos e empresas de médio porte de países emergentes. A novidade traz o conceito de "Smarter Computing", que prevê a otimização de recursos e centralização de diversas tecnologias em um único sistema.

“O Smarter Computing significa, basicamente, você gerir os negócios de sua empresa de uma maneira otimizada. O que nós estamos anunciando é a continuação do que a gente chama de zEnterprise, uma arquitetura no qual quebramos o paradigma de discutir com o cliente qual plataforma adotar conforme cada demanda dele. Com o zEnterprise a aplicação que o cliente quer adotar vai rodar otimizada, trazendo muitos benefícios", informou à Computerworld o gerente de Mainframe da IBM Brasil, Paulo Perini.
O gerente de mainframe da companhia informa que o z114 atende a várias das atuais demandas do mercado. "A máquina roda praticamente qualquer tipo de aplicativo. Você rodar seu BI , seu ERP, sua cloud. O importante é que você vai rodar seu aplicativo de uma forma otimizada", acrescenta.
Segundo Perini, o z114 permite a consolidação do trabalho de 40 servidores com dois processadores rodando Linux. Para o executivo, a ferramenta é ideal para empresas de médio porte. "O Mainframe permite um crescimento vertical da plataforma, ao contrário da expansão horizontal, na qual há um aumento absurdo de servidores. Você consegue montar tudo de uma maneira virtualizada. Com isso, suporta inúmeras máquinas, podendo colocar vários servidores virtuais, inúmeros aplicativos, sem precisar de contratar uma parafernália de infraestrutura. Aí, você tem ganho de infraestrura, ganho de sofware, contrata menos licença", diz.
Perini ainda destaca a economia em software, em mão de obra para gerenciar o ambiente e energia eletica. "Aqui no Brasil não há preocupação com preço de energia. Mas vamos passar por isso ainda."
O z114 utiliza 12% menos energia e ocupa menos espaço físico que 300 sistemas x86. O novo servidor pode consolidar cargas de trabalho de até 60 servidores x86 e tem uma capacidade adicional embutida que permite aos clientes distribuirem cargas de trabalho provenientes de 300 sistemas x86 sem precisar expandir a área do data center ou a complexidade e o custo de gerenciamento de sistemas.
A tecnologia foi projetada para operar em temperatura ambiente, sem a necessidade de condicionamento de ar adicional, e nas condições mais rígidas, como temperaturas de até -34 Co. Também possui mecanismos capazes de reduzir os custos e aumentar o desempenho, como o Integrated Facility for Linux (IFL), que permite a criação e manutenção de um servidor virtual Linux no z114 por menos de US$ 500 por ano.
O produto inclui recursos como suporte a lâminas blades de servidores IBM System x, e executa aplicativos de forma integral para Linux x86 e, no futuro, para Windows.
Além de ser mais barato que seu antecessor, o Z114 custa, segundo a IBM, 74% menos que os servidores concorrentes. "O que é interessante é que esse lançamento mundial tem preço muito agressivo, principalmente no Brasil, pois acreditamos que esse tipo de hardware vai abrir muitas portas para clientes nao usam mainframe", diz Perini. Por aqui a máquina tem um preço inicial de 520 mil reais e é o mainframe de menor preço da IBM, numa clara estratégia de crescer fortemente não só no Brasil como em outros mercados emergentes.