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domingo, 26 de maio de 2013

O que o Governo Brasileiro está Fazendo Certo

O Brasil é considerado um país muito avançado em termos de uso de software livre pelo governo. Em 2010, ele ganhou um prêmio do Open World Forum em reconhecimento aos seus esforços no uso e disseminação de softwares open-source. Já há alguns anos o governo tem tomado algumas iniciativas para incentivar o uso desse tipo de software, já que isso diminui os custos (por serem gratuitos), aumenta a concorrência (pela utilização de plataformas diferentes) e faz com que a evolução dos mesmos possa ser feita pelos próprios desenvolvedores brasileiros. Separei algumas iniciativas interessantes que exemplificam o que o governo brasileiro tem feito de interessante para isso, e que tem funcionado e sido reconhecido pela comunidade internacional.

1) PORTAL OPEN-SOURCE

Portal Open Source, mantido pelo Ministério do Planejamento, foi criado em 2007 e oferece softwares open source desenvolvidos por corpos governamentais e comunidades convidadas. Com eles, cidadãos, empresas e administrações públicas podem ter acesso à grande variedade de softwares disponíveis. O portal já conta com mais de 50 softwares disponíveis e a lista continua crescendo. Todas essas ferraementas são produzidas e disponibilizadas de acordo com normas baseadas nas regras da FSF (Free Software Foundation), incluindo um modelo de licença livre criado especificamente para o Portal.

2) TUCUNARÉ

O Tucunaré é um sistema operacional linux baseado no Debian, que foi modificado especialmente para uso no Banco do Brasil, e posteriormente utilizada nos Telecentros.

3) TELECENTROS

Os Telecentros são estações de suporte de inclusão digital em comunidades. Muitos lugares remotos onde não há acesso à TV a cabo podem ter acesso a internet com os Telecentros. Além disso, há outro programa vinculado a eles chamado Formação Network, em que jovens de 16 a 28 são treinados para atuarem como multiplicadores dessa tecnologia digital, se qualificando e ajudando a própria comunidade a se desenvolver nesse sentido. O uso do software livre é importante pois permite um número muito maior de estações sem que haja um grande custo com licenças  de software.

4) CDTC (CENTRO DE DIFUSÃO DE TECNOLOGIA E CONHECIMENTO)

O programa CDTC é um treinamento para jovens focado primeiramente no uso do Moodle, um sistema online open-source para troca de informações entre alunos e professores. Em 2012 ele já tinha oferecido mais de 18.000 aulas e alcançado mais de 95.000 de pessoas em 4.305 cidades.

Então, a conclusão é que pouca gente sabe, mas o Brasil é um país pioneiro no uso do software livre no governo. Outros países do BRICS tem seguido a mesma linha, pela mesma razão, sendo tambem uma tendência internacional. Mas é interessante perceber como o nosso governo tem agido nessa direção e nem damos muita atenção para isso!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Red Hat compra empresa de soluções de integração de código aberto


Com o objetivo de aumentar a linha de soluções middleware open source, a Red Hat comprou a empresa FuseSource, fornecedora de software de integração de código aberto. Os termos do acordo não foram divulgados.


A Red Hat planeja adicionar o software FuseSource ao portfólio JBoss para aplicações de servidores Java. A tecnologia será usada para ajudar na integração de aplicações de modo que elas possam ser executadas em conjunto com outras, disse Craig Muzilla, vice-presidente e gerente-geral para middleware da Red Hat, em um comunicado.

A FuseSource fica baseada em Bedford, Massachusetts. Assim como a Red Hat, a empresa ajuda a manter diversos projetos de software open source e oferece assinaturas, bem como capacitação e documentação necessária. Entre os clientes da companhia adquirida estão a U.S. Federal Aviation Administration, filial britânica da organização de seguros de vida Prudential, a empresa de serviços de viagens Sabre, a companhia de telecomunicações Vodafone, e o CERN, organização de pesquisa nuclear europeia.

A empresa administra, por exemplo, o Apache Camel, aplicação de roteamento baseado em regras, bem como o Apache ServiceMix ESB e o Apache CFX Web.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Open source é chave para a inovação em cloud



Plataformas e sistemas de código aberto como Linux, Apache, HTTP Server ou MySQL já podem ser encontrados na maioria das empresas ao redor do mundo. Com a mudança da estrutura física para a nuvem, essas soluções também estão ganhando presença nesse novo universo.

"O open source é, sem dúvida, uma das bases para a construção e o desenvolvimento de tecnologias na cloud", avalia Byran Che, diretor sênior de gerenciamento de produtos da Red Hat e chefe de operações na nuvem. "Ao observar a penetração de servidores tradicionais no mercado, cerca de 70% rodam Windows e 30% Linux. Já quando olhamos para sistemas operacionais para construção de aplicações na nuvem, a relação é oposta”, diz.
A razão é simples, de acordo com Che. Com um novo começo, a companhia pode construir uma arquitetura totalmente nova e agora a tecnologia de código aberto está oferecendo o melhor valor. "Não se pode alcançar a escala ou o tamanho da Amazon e da Google pagando por uso de licenças”, observa.
O custo não é o único atrativo que faz do modelo open source um dos preferidos da nuvem. Che também aponta para a possibilidade de criar uma comunidade em torno de um projeto e, portanto, incentivar a inovação em uma velocidade mais rápida do que os fornecedores de software proprietário.
"É isso que torna o open source poderoso", diz o executivo. "A Amazon, Google, Facebook... todos que desenvolvem aplicativos na nuvem, com infraestrutura e serviços, o fazem com base em código aberto”, aponta. Segundo ele, companhias como essas usam software de código aberto para inovar no ritmo que precisam. “Essas empresas não podem esperar que os fornecedores superem seus próprios ciclos de desenvolvimento”, completa.
SaaS não pode ser livre por definição
Para Richard Stallman, que desenvolveu o GNU General Public License, software livre e de código aberto (FOSS), o software livre tem peso político. Ele argumenta que a computação em nuvem - mais especificamente o modelo software como serviço (SaaS) - não pode ser livre por definição.
"O SaaS e o software proprietário produzem resultados semelhantes, mas os mecanismos são diferentes", escreveu Stallman em um artigo publicado pela revista Boston Review em 2010. "Com o software proprietário, a causa é que você tem e utiliza uma cópia que é difícil ou ilegal de mudar. No entanto, com SaaS, a causa é o uso de uma cópia que não se tem."
"Muitos dos adeptos do software livre afirmam que o problema de SaaS será resolvido pelo desenvolvimento de software livre para servidores", acrescenta. "Para o bem das empresas é melhor que os programas no servidor estejam livres. Assim, é possível saber onde estão os dados e para onde eles vão”, observa.
O argumento de Stallman é baseado na diferença filosófica entre software livre e de código aberto. O software livre, diz Stallman, é uma metodologia de desenvolvimento com um enfoque prático para tornar o código fonte disponível. O movimento do software livre, no entanto, promove uma postura ética de como os usuários devem ser capazes de interagir com o seu software.
Para Che, diretor sênior de gerenciamento de produtos da Red Hat, a nuvem aberta possuí sete características:
1. É open source
2. Baseia-se no desenvolvimento da colaboração
3. É baseada em padrões e formatos abertos, que não são influenciados pela tecnologia proprietária
4. Conta com a liberdade de utilizar seu próprio IP
5. Dá aos usuários a capacidade de escolher a infraestrutura que eles desejam
6. Tem uma API aberta na nuvem, sem qualquer restrição
7. Tem de ser móvel para outras nuvens e não pode de qualquer maneira manter os clientes em uma única fonte.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

5 tendências em Business Analytics e como explorá-las


Ferramentas de análise e inteligência de negócios estão ajudando empresas a responder perguntas mais complexas para fornecer informações valiosas e ajudar a gerenciar os negócios com mais eficácia. Cinco tendências no setor de tecnologia da informação (TI) estão, agora, desafiando as análises e impactando na entrega de resultados. São elas: o surgimento do Big Data, tecnologias para processamento mais rápido, custos decrescentes de commodities de TI, proliferação de dispositivos móveis e mídias sociais.


Nesse novo cenário, é possível usar analytics para obter uma série de vantagens. Veja como explorar esses fenômenos.

Big Data

Big Data é o conjunto de uma grande quantidade de dados, entre eles os estruturados e não estruturados, como vídeos e imagens. Mídias sociais, dados de cadeia de suprimentos e câmeras de vigilância tornaram a gestão dos dados corporativos mais complexa do que costumava ser.
Embora nem toda empresa precise de técnicas e tecnologias para lidar com grandes conjuntos de dados não estruturados, Perry Rotella, CIO da Verisk Analytics, companhia de análise de risco, acredita que todos os CIOs devem olhar para plataformas de análise de Big Data. 

Big Data é uma tendência explosiva, de acordo com Cynthia Nustad, CIO da HMS, empresa que ajuda a conter custos em programas de saúde. A HMS ajudou os clientes a economizar 1,8 bilhão de dólares no último ano e a salvar bilhões em gastos desnecessários por evitar pagamentos indevidos. "Recebemos e acompanhamos milhares de materiais com dados estruturados e não estruturados", diz Cynthia.

Para ajudar a lidar com o fenônemo, a HMS está explorando o uso de tecnologias NoSQL, baseadas em open source. Elas são capazes de processar dados com eficiência e a baixos custos. Cynthia usa Hadoop para analisar fraude e desperdício e talvez migre a utilização para a análise de registros de visitas de pacientes que podem ser relatados em uma variedade de formatos.

Entre os CIOs entrevistados para esta reportagem, aqueles que tiveram experiência prática com o Hadoop, incluindo Rotella e o CIO do comparador de preços na web Shopzilla, Jody Mulkey, estão empresas que prestam serviços de dados como parte de seu negócio.

"Estamos usando o Hadoop para tarefas que costumamos usar o data warehouse”, diz Mulkey. E, mais importante, acrescenta ele, para conseguir "análises muito interessantes que nunca poderíamos fazer antes".

O Good Samaritan Hospital, hospital em Indiana, nos Estados Unidos, é outro exemplo. "Não temos o que eu classificaria como Big Data", diz o CIO Chuck Christian. No entanto, os requisitos regulamentares estão desafiando o armazenamento de novas categorias de dados, como registros médicos eletrônicos em grandes quantidades. Assim sendo, sem dúvida, existe um grande potencial para colher informações sobre a qualidade de saúde a partir dos dados, diz ele. 

Business Analytics ganha espaço

Tecnologias para lidar com Big Data ajudam empresas a caminhar mais rapidamente em direção ao mundo analítico, diz Vince Kellen, CIO da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos. "O que queremos é uma análise avançada em meio a uma montanha de dados", diz Kellen. 

A capacidade dos computadores de hoje para processar muito mais dados em memória permite resultados mais rápidos do que quando a pesquisa por dados acontecia no disco.

Apesar de os bancos de dados terem, há décadas, ganhado melhor desempenho com cache de dados acessados com frequência, agora tornou-se mais prático carregar grandes conjuntos de dados para a memória de um servidor ou cluster de servidores, com discos usados apenas como backup. 

Por esse motivo, agora, Rotella diz que pode executar em segundos as informações, o que há cinco anos consumiria uma noite toda. A companhia em que Rotella trabalha faz análises preditivas de grandes conjuntos de dados, que muitas vezes envolvem a execução de uma consulta, a busca por padrões, e realização de ajustes antes de executar a próxima consulta.

Tecnologias mais baratas

Junto com o aumento da capacidade de computação, análises estão se beneficiando da queda dos preços de memória e armazenamento, juntamente com o software de código aberto que fornece uma alternativa aos produtos comerciais e estabelece pressão competitiva sobre os preços.

Cynthia, da HMS, vê as mudanças na economia na computação alterar algumas opções básicas de arquitetura. Por exemplo, na empresa, uma das razões tradicionais para a construção de data warehouse foi juntar os dados em servidores com potência de computação para processá-los. Quando o poder de computação era mais escasso do que hoje, era importante descarregar cargas de trabalho analíticas de sistemas operacionais para evitar degradar o desempenho de cargas de trabalho diárias. Agora, essa nem sempre é a escolha certa, observa Cynthia.

"Com o preço do hardware e de armazenamento caindo, você pode se dar ao luxo de começar a lidar com uma camada de Business Intelligence", diz ela. Ao levar em consideração todos os passos da mudança, a reformatação e o carregamento de dados no warehouse, análises podem dar respostas mais imediatas.

Hackney observa, no entanto, que, embora as tendências de desempenho dos preços sejam úteis para o gerenciamento de custos, economias potenciais são muitas vezes eliminadas pela crescente demanda por capacidade. "É como correr no mesmo lugar", diz. 

Todo mundo é móvel
Assim como todas as aplicações existentes hoje, BI está saltando para dispositivos móveis. Para Cynthia, BI móvel é uma prioridade “porque todo mundo quer acessar relatórios sobre a organização onde quer que esteja”, assinala. Ela afirma que faz parte dos planos da companhia fornecer para os clientes da empresa acesso móvel aos dados para ajudá-los a monitorar e gerenciar despesas de saúde. “É uma demanda que teve início há cinco anos, mas cresce muito hoje”, observa.

Para os CIOs, o caminho é partir para a criação de interfaces para smartphones, tablets e telas sensíveis ao toque e não para a adoção de sofisticados recursos analíticos. Talvez por essa razão, Kellen considera essa questão bastante fácil de resolver. 

Rotella não concorda com Kellen. "A computação móvel afeta a todos", diz ele. "O número de pessoas que faz o trabalho em iPads e outros dispositivos móveis está explodindo. Essa tendência irá acelerar e mudar a forma como nós interagimos com nossos recursos de computação”, observa. Por exemplo, Verisk desenvolveu produtos para permitir acesso a análises em campo, para que os funcionários possam executar as estimativas de custo de reposição de produtos. Isso é uma forma de "alavancar a análise e colocá-la nas pontas dos dedos das pessoas que precisam dela”.

O que torna esse cenário desafiador é a rapidez das mudanças tecnológicas, avalia Rotella. "Dois anos atrás não tínhamos iPads. Agora todo mundo está andando por aí com um”, afirma. 

Mídia social sob os holofotes

Com a explosão do Facebook, Twitter e outras redes sociais, mais companhias buscam analisar os dados gerados por esses sites. Novas aplicações analíticas surgiram para apoiar técnicas estatísticas, como processamento de linguagem natural, análise de sentimento, e análise de rede que não fazem parte do kit de ferramentas de BI.

Por serem novas, muitas ferramentas que mapeiam mídias sociais estão disponíveis como serviço. Um exemplo é o Radian6, produto baseado no modelo software como serviço (SaaS) que recentemente foi adquirido pela Salesforce.com. O Radian6 apresenta um painel da marca com menções positivas, negativas ou neutras.

Esse tipo de tecnologia, quando usada em departamentos de marketing e atendimento ao cliente, não exige envolvimento pesado de TI. Ainda assim, aUniversidade de Kentucky acredita que precisa prestar auxiliar no processo. "Meu trabalho é identificar essas tecnologias, ver se está em linha com os objetivos de competitividade da empresa e começar a educar as pessoas certas para usá-las", diz ele.

Assim como qualquer outra empresa, a universidade tem interesse em monitorar o sentimento das pessoas sobre a sua marca, mas Kellen diz que essa movimentação também pode auxiliar a identificar oportunidades para desenvolver aplicações específicas para as preocupações escolares, como a retenção dos alunos. 

Por exemplo, monitorar mensagens de estudantes nas mídias sociais pode ajudar professores e administradores a identificar quando os alunos estão com dificuldade no aprendizado. Os desenvolvedores de TI também vão procurar maneiras de construir alertas gerados por análise de mídia social em aplicações para responder a esses eventos, completa.

Encontrar tais correlações pode fazer uma grande diferença na hora de mostrar o retorno sobre o investimento da mídia social, diz Hackney. "No meu setor, todo mundo olha para os números”, observa.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Dataprev desliga mainframes e adota banco de dados open source

Desde a década de 80, a Empresa de Tecnologia da Informação da Previdência Social (Dataprev) apostava no uso de mainframe para apoiar as operações da companhia, responsável pela gestão da base de dados sociais do Brasil. Mas em 2008, o cenário começou a mudar. A companhia verificou que precisava modernizar a infraestrutura tecnológica para obter redução de custos e facilitar o desenvolvimento de melhorias dos sistemas de clientes como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Receita Federal do Brasil.


Para alcançar esses objetivos, a
Dataprev decidiu migrar de mainframe (com linguagem de programação Cobol) para banco de dados de código aberto (baseado em Java). O investimento na iniciativa, apenas em infraestrutura, foi da ordem de R$ 100 milhões. 

“Tínhamos, até então, três mainframes proprietários alugados. Por isso, o grau de dependência de fornecedores era grande e a incorporação de funcionalidades dos sistemas dos nossos clientes não era realizada com a rapidez que desejávamos”, diz Rogério Mascarenhas, diretor de relacionamento, desenvolvimento e informação da Dataprev. 

Mascarenhas lembra ainda o alto custo para manter a infraestrutura. As despesas com o aluguel dos mainframes chegavam a R$ 3,5 milhões mensais. Além disso, aponta o executivo, a companhia encontrava dificuldades para contratar profissionais habilitados em Cobol. 

O uso de computadores de grande porte, no entanto, não foi descontinuado. A empresa optou por adquirir dois mainframes mais modernos para dar suporte ao projeto, até que a migração seja concluída. Somente essa mudança possibilitou economia mensal de R$ 2,8 milhões com manutenções e suporte.

A companhia espera que até o final de 2012 todos os sistemas rodem no novo banco de dados. Quando isso acontecer, os mainframes serão utilizados para guardar o legado que a Dataprev tem de manter por 30 anos.

O projeto é composto por três ações principais: migração de dados e sistemas de mainframe para plataforma aberta, modernização do Cadastro Nacional de Informações Sociais (Cnis) e desenvolvimento do Sistema Integrado de Benefícios (Sibe). O processo é acompanhado de perto pelos órgãos de controle Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF). 
Planejamento é a chaveA Dataprev traçou uma estratégia de implementação para poder obter sucesso na operação. Começou pela revisão dos processos e o desenvolvimento de sistemas. Novas funcionalidades vão ser disponibilizadas para aprimorar os serviços oferecidos aos clientes. Um time de 400 profissionais espalhados por Unidades de Desenvolvimento no Ceará, na Paraíba e em Santa Catarina, está focado nessas atividades. 

Como exemplo de sistemas que passarão por melhorias, o executivo cita o Cnis, que armazena mais de 15 bilhões de informações sobre vínculos empregatícios, remunerações e outros tipos de contribuições do cidadão brasileiro. O Cnis é considerado o sistema mais crítico da Dataprev.

“O cadastro de remunerações do Cnis está sendo reestruturado para que seja possível efetuá-lo por meio da internet, sem a necessidade de deslocamento a uma agência da Previdência”, afirma. Uma parte do Cnis já passou para o banco de dados e espera-se que esse processo seja finalizado até o final do primeiro semestre deste ano. 

Ao contrário de muitas organizações que preferem deixar para implementar as operações mais críticas por último, a Dataprev seguiu o caminho oposto. “Essa ação foi colocada em prática, pois queríamos que a migração do Cnis, coração da nossa operação, fosse bem-sucedida. Assim, as demais também seriam”, avalia.

O Sibe, que reconhece o direito do cidadão, está sendo desenvolvido e será implementado no segundo semestre de 2010. “À medida que os sistemas são entregues, iniciamos o processo de implementação na plataforma baixa”, pontua.
A Dataprev projeta que os dados do Sibe ocuparão cerca de 50 terabytes da capacidade do banco. 
Os sistemas de Receita Previdenciária, da Receita Federal, também deverão ser convertidos de Cobol para Java até o fim do ano. O processo envolve a migração de cerca de 70 sistemas e cerca de 7,3 milhões de linhas de código – forma de mensurar o tamanho de um programa. Até o momento, quase 6 milhões de linhas de código já foram convertidas, o que representa cerca de 80% do total a ser migrado.
Superação dos obstáculosDe acordo com Mascarenhas, o maior desafio até o momento é a migração dos dados. “A transação de um banco em rede para um ambiente relacional está se mostrando demorada já que temos de migrar uma grande quantidade de informações”, afirma. O executivo diz que para superar esse obstáculo, está aumentando a carga de processamento, acelerando a ação.

Ao final da modernização, a Dataprev espera ganhar agilidade e possibilitar aos clientes rápido acesso aos sistemas. A opção tecnológica em código aberto também facilitará a manutenção e a contratação de mão de obra. “As melhorias implementadas nos sistemas faz com que eles estejam prontos para serem usados pela internet”, finaliza Mascarenhas.

Conclusão:

Se a Dataprev consegue colocar 50 terabytes de dados em um banco open source,  praticamente tudo é possível de ser colocado em um banco de dados open source. A diferença entre ser possível e realmente acontecer está no planejamento, na gestão de conhecimentos, nos treinamentos adquiridos.  Em resumo, SABER FAZER.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Softwares open source chegam à maturidade

Há três anos, o diretor de TI Jim Wenner procurava por uma solução de BI,  Ele não pensava em contratar o Cadillac dos serviços, pois tudo que precisava fazer era gerar relatórios para a rede de lojas de conveniência Sheetz, avaliada em 4,9 bilhões de dólares. Depois de verificar as opções, Wenner decidiu-se pela suíte de BI da empresa Pentaho Corporation, uma solução de código aberto. A escolha foi motivada pela presença de funções requisitadas e pelas oportunidades de economia.

De natureza prática, Wenner havia planejado um plano B para o caso de o produto não ser tão eficiente “Nós estabelecemos uma meta. Se entre seis e nove meses depois de implementada, a solução não trouxesse os resultados no nível que esperamos, poderíamos substituí-la por outro programa”, explica.
Agora, passados dois anos, a parceria entre a Sheetz e o provedor da suíte de BI permanece em andamento. Wenner diz que houve curvas de aprendizado que desafiavam a expertise dos desenvolvedores. Atualmente apenas em software, Wenner investe algo em torno de 50 mil dólares anuais. “Não somos adoradores de plataforma de código aberto, apenas tentamos lidar com nossos recursos de maneira sábia”, diz.
Não é coisa de fã
Está evidente que fanatismo e adoração não têm mais nada a ver com a adoção de plataforma abertas no meio corporativo. Um estudo recente conduzido pela Accenture PLC evidenciou que metade das 300 empresas de grande porte pesquisadas já está comprometida com soluções de código aberto, ao passo que 28% ainda realizam testes ou têm empregado esse tipo de software em casos específicos. No geral, 69% dos respondentes afirmou avaliar a possibilidade de aumentar os investimentos em soluções open source.
O chefe do departamento de arquitetura de TI da Accenture, Paul Daugherty, diz que a participação de softwares de código aberto é mais evidente em níveis mais baixos, como servidores de aplicativos web,  “mas sua participação em ambientes menos técnicos tem aumentado. Agora percebem-se empresas que buscam por integração de soluções de código fonte aberto, como frameworks e outros”, afirma.
O que chama atenção na pesquisa da Accenture é o fato de as empresas terem citado qualidade, segurança e confiabilidade como fatores mais atraentes na escolha por softwares open source. O que se esperava era o fator custo na liderança das motivações de escolha por produtos de código aberto, já que por muito tempo foi assim.
Segundo Daugherty “isso é um sinal de que esse modelo de software se aproxima da maturidade e que as empresas avaliam predominantemente as funções, os recursos e o desempenho ante aos custos relacionados com a adoção das plataformas open source”.
Na ótica do diretor de TI da American Nuclear Society, Joseph Koblich, o incentivador da tranquilidade que gestores de TI têm ao integrar soluções open source em suas estruturas é o fato de existirem milhares de comunidades em que se compartilham informações e conhecimento. “Uma base extensa assim dá aos administradores maior certeza de suas estruturas não naufragarem por falta de quem lance a bóia salva-vidas”, ressalta.
Koblich e sua equipe interna de TI desenvolveram um fluxo eletrônico de documentos baseados em ferramentas de código aberto como MySQL; também usam servidores Linux há mais de dez anos.
Por vezes, o diferencial entre os softwares de código aberto e os comerciais está em sua flexibilidade. Por dois anos a empresa Mitre Corp, sediada no estado norteamericano de Massachussets, aplica soluções open source no desenvolvimento de sua rede social interna. Batizada de Handshake, a plataforma exigia uma interface com o portal intranet da empresa. Tal solução não era encontrada em nenhum produto comercial padrão; a saída mais lógica foi partir para uma opção de código aberto.
O CIO da Mitre Corporation, Joel Jacobs, queria estar em sintonia com a evolução. “Não podemos realizar modificações profundas no portal comercial na velocidade que gostaríamos. Decidimos, então, migrar para uma plataforma de código aberto e baseamos nossa aproximação com releases sucintos de tamanho padrão e na análise dos comentários de nossos usuários”.
Metodologia
A equipe de TI conduziu um experimento de seis meses de duração para desenvolver um software de código aberto mais flexível que a interface comercial que usavam até então. Terminado com sucesso, o projeto deve ir ao ar até o final do ano, substituindo a versão comercial.
Jacobs reconhece que há seis anos jamais teriam considerado partir para um modelo de infra estrutura lógica desse tipo. “É um a mudança radical em nossa filosofia”, afirma o executivo que reconhece a impossibilidade dessa substituição acontecer com os softwares instalados nos servidores de RH e de finanças da empresa. “Mas, quando o assunto é interface com usuários via web, estaremos sempre dispostos a avaliar as opções disponíveis”, ressalta.
A empresa de pesquisas Gartner antevia o crescimento das plataformas abertas e sua chegada ao disputado mercado. O analista da organização, Mark Driver, porém, reconhece que a maturidade da plataforma open source é algo que deve ser apreciado com moderação e cautela, pois não se aplica a todas as soluções que permeiam o mercado. 
O mesmo pode ser dito do volume de informações sobre cada pacote diferente. “Partir da premissa de sucesso garantido para todas os aplicativos dessa plataforma leva inevitavelmente a decepção”, alerta.
“É algo com que me deparo diariamente. As organizações dizem que economizaram volumes absurdos de recursos com o Linux e afirmam estar satisfeitas. Assim que as empresas se livram das inconvenientes licenças da Oracle e DB2 os problemas começam em efeito dominó. A adoração pelo código livre é tamanha, que não avaliam os riscos de gestão intrínsecos às mudanças desse tipo”, adverte Driver.
Segundo o analista, as organizações baixam todo e qualquer aplicativo que encontram na internet, os instalam e, sem se aproximar do fornecedor do produto, acreditam que se a solução se transformar em problema, serão capazes de resolvê-las com uma ou duas pesquisa no Google. “O que, muitas vezes, não é o caso”, conclui.
Por esses e outros motivos as Accenture adverte aos clientes que utilizem distribuições de plataformas open source com contratos de suporte do fornecedor. “Somente assim você terá certeza de que poderá contar com o apoio necessário”.

 COMPUTERWORLD/EUA