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segunda-feira, 16 de julho de 2012

FMI reduz projeção de alta do PIB do Brasil de 3,1% para 2,5% em 2012



Por Alex Ribeiro | Valor
(Atualizada às 12h24) O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu para baixo, de 3,1% para 2,5%, sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano. Mas o organismo aposta numa recuperação relativamente forte no fim deste ano e numa expansão relativamente boa, de 4,6%, no Produto Interno Bruto (PIB) em 2013.
Para o FMI, a economia brasileira estará crescendo num ritmo de 4% no último trimestre deste ano, comparado com o mesmo período do ano anterior, de acordo com relatório divulgado nesta manhã que revisa o Panorama Econômico Mundial. A edição anterior do documento é de abril.
O crescimento esperado pelo FMI para 2013, de 4,6%, é 0,5 ponto maior do que o estimado em abril. Em boa parte, isso se deve ao fator estatístico causado por um PIB mais fraco no começo de 2012 e provavelmente mais forte no fim deste ano. O FMI projeta que a economia estará crescendo a uma velocidade de 4% no último trimestre de 2013, comparado ao mesmo período de 2012.
Num outro documento divulgado esta manhã, o Relatório de Estabilidade Financeira Global, o FMI alerta sobre os limites para o uso de políticas creditícias como instrumento para estimular a economia.
“Grandes economias, como Brasil, China e Índia, beneficiaram-se do forte crescimento de crédito nos últimos anos, e estão nos estágios finais do ciclo de crédito”, afirma o documento. “Expandir o crédito significamente na conjuntura atual poderia alimentar as preocupações sobre a qualidades dos ativos e potencialmente minar o crescimento do PIB e a estabilidade financeira nos anos por vir.”
Um terceiro relatório atualizado nesta manhã, o Monitor Fiscal, revisa para melhor as projeções do FMI para o déficit nominal do setor público e evolução da dívida pública no Brasil.
A projeção é de um déficit nominal de 1,5% do PIB, abaixo dos 2,1% do PIB antes estimados. Para 2013, a projeção de déficit foi revista de 2,3% do PIB para 2% do PIB.
Já a dívida bruta do governo geral é estimada em 64,2% do PIB em 2012 e em 61,7% do PIB em 2013, respectivamente 0,9 ponto percentual menor e 1,4 ponto percentual menor do que o estimado em abril.
Segundo o FMI, a redução recente da taxa básica de juros deverá diminuir em cerca de 0,5 ponto percentual os encargos do governo com a dívida pública.
Com relação à economia global, o Fundo reviu ligeiramente para baixo, de 3,6% para 3,5%, suas projeções para o crescimento neste ano, em virtude das recentes turbulências na Europa e o desempenho abaixo do esperado em vários países emergentes.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Moody's rebaixa nota de oito bancos brasileiros

RIO - A agência de classificação Moody's rebaixou nesta quarta-feira a nota de crédito de longo prazo de oito instituições financeiras brasileiras em até três níveis. Em uma ação de revisão global de notas, os bancos Bradesco, Itaú Unibanco e o banco de investimentos do Banco Itaú BBA foram rebaixados em um grau acima do rating soberano1, caindo três posições (da nota A1 para o rating Baa1), mas continuam em perspectiva positiva.
Já as instituições Banco do Brasil (BB), Safra, Santander e HSBC Bank Brasil - Banco Múltiplo foram realocadas ao nível do rating de crédito soberano do Brasil, ou seja, o grau de investimento Baa2, refletindo a opinião da agência de que a capacidade de crédito dessas instituições, em última análise, não pode ser completamente desvinculada da força de crédito do governo.
Os bancos Santander e HSBC foram da nota A3 para Baa2, registrando uma queda de dois níveis, mas em perspectiva positiva. O BB, que era classificado em A2, caiu três classificações, e o Safra, de rating Baa1, foi rebaixado em apenas um nível, ficando também previsão positiva.
O caso mais grave foi o do Banco Votorantim, que foi rebaixado em um grau abaixo do nível do rating da dívida soberana brasileira, de Baa2 para Baa3. Segundo a agência, a reclassificação refletiu o mau desempenho financeiro da instituição, incluindo a fraca qualidade e rentabilidade dos ativos e as perspectivas negativas para a sua solidez financeira. Apesar da reclassificação, as previsões são estáveis para o banco.
A agência justificou a decisão de revisão das notas com o argumento principal de que as instituições brasileiras estariam suscetíveis a uma possível crise da dívida do governo, já que estão ligadas diretamente a oscilações de títulos da dívida soberana brasileira.
"Nossa revisão indica que há poucas razões para acreditar que esses bancos estariam desvinculados de uma crise da dívida do governo", afirma a Moody's. "Mais precisamente, notamos uma exposição direta significativa desses bancos aos títulos do governo brasileiro, equivalente a 167% do capital de nível 1, em média, com base nos últimos dados consolidados disponíveis", diz o comunicado da agência.









segunda-feira, 4 de junho de 2012

BC decreta intervenção no Banco Cruzeiro do Sul



SÃO PAULO — O Banco Central decretou nesta segunda-feira Regime de Administração Especial Temporária (Raet) no Banco Cruzeiro do Sul por 180 dias “em decorrência do descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro e da verificação de insubsistência em itens do ativo”.
O Raet não interrompe os negócios em andamento nem as relações com o correntistas do banco, mas substitui os dirigentes da instituição por um conselho de diretores ou por uma pessoa jurídica especializada para “corrigir procedimentos operacionais ou de eliminar deficiências que possam comprometer seu funcionamento”, segundo nota do BC.

O Cruzeiro do Sul, que pertencia ao grupo do Grupo Pullman, foi comprado em 1993 pelo empresário Luís Octávio Indio da Costa e no mesmo ano ingressou no mercado de crédito consignado.Como resultado da intervenção, o BC nomeou o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) como administrador especial temporário do Cruzeiro do Sul. De acordo com o FGC, aplicações até R$ 70 mil por cliente, pessoa física ou jurídica, estão garantidas, como prevê a lei. O fundo disponibilizou o telefone            (11) 3848-2865       para esclarecer dúvidas dos clientes.
Considerada uma instituição financeira pequeno porte, o Cruzeiro do Sul detinha em dezembro de 2011, ativos que representavam apenas 0,22% do total dos ativos do sistema financeiro e 0,35% dos depósitos, segundo nota do BC divulgada nesta segunda-feira. O banco tem oito agências no país, no Rio, em São Paulo, Campinas, Salvador, Recife, Belém, Macapá e Palmas.
Atualmente, o banco faz parte de 337 convênios de crédito consignado a funcionários públicos, aposentados e pensionistas no país. De acordo com seu balanço mais recente, do primeiro trimestre, o Banco Cruzeiro do Sul tem 1,957 milhão de clientes. A maioria - 837,2 mil - é de funcionários públicos. Os demais são aposentados pelo INSS (685,6 mil) e clientes de cartão de crédito consignado (434,5 mil). O crescimento da base de clientes no período foi de 5,8% em relação ao trimestre anterior e de 25,6% em relação ao primeiro trimestre de 2011.
Segundo reportagem do jornal “Estado de S. Paulo” publicada nesta segunda-feira, foi identificado um rombo de cerca de R$ 1,3 bilhão nos balanços da instituição. De acordo com a matéria, foram detectadas, a princípio, fraudes semelhantes às encontradas nas contas do Banco Panamericano no ano passado. A intervenção foi decretada depois de fracassarem negociações para compra do banco pelo BTG Pactual, acrescentou o artigo.
A autoridade monetária também instituiu pelo mesmo prazo o Raet nas empresas do grupo Cruzeiro do Sul, que incluem Cruzeiro do Sul Corretora de Valores e Mercadorias, Cruzeiro do Sul DTVM, e Cruzeiro do Sul Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros, informou o BC em comunicado.
Segundo o BC, intervenções por motivos similares aos do Cruzeiro do Sul foram decretadas na década dos anos 1990 nos bancos Bamerindus, Econômico e Nacional.
Negociação de ações do banco na Bovespa é suspensa
Cruzeiro do Sul teve prejuízo de R$ 57 milhões no primeiro trimestre, ante lucros de R$ 32 milhões no quarto trimestre de 2011 e de 41 milhões de reais um ano antes.
O banco vendeu mais de US$ 300 milhões em títulos nos mercados internacionais no ano passado, mas essa fonte secou em decorrência da crise de dívida que atingiu muitos países da Europa.
Procurados, representantes do Cruzeiro do Sul não estavam imediatamente disponíveis.
O Cruzeiro do Sul começou a operar no segmento de crédito para empresas de médio porte em 2004, oferecendo empréstimos atrelados a recebíveis para fornecedores de produtos e serviços. Em 2005, lançou cartão de crédito com a bandeira Visa que permite dedução na folha de pagamento.
A negociação das ações do banco Cruzeiro do Sul foi suspensa a partir desta segunda-feira na Bovespa. Na última sexta-feira, as ações preferenciais (CZRS4) tombaram 15,65%, a R$ 7,60, depois de cair 25,23% na quinta-feira quando foi divulgado na imprensa que o banco BTG Pactual poderia comprá-lo.

domingo, 3 de junho de 2012

Endividamento e “financeirização da pobreza” preocupam analistas



BRASÍLIA - A alternativa escolhida pelo governo de estimular o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por meio do consumo pode trazer consequências preocupantes, alertam especialistas.
Para a socióloga Cláudia Sciré, autora do livro "Consumo popular, fluxos globais", o que está ocorrendo é uma “financeirização da pobreza” e não a efetiva ascensão de uma nova classe média ou nova classe C, como apontam série de estudos lançados nos últimos anos pelos economistas Marcelo Néri (Fundação Getulio Vargas) e Ricardo Paes e Barros (Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República).
“É preciso prestar mais atenção nesse processo de financeirização da pobreza”, recomenda Cláudia, destacando que é necessário “olhar para mais itens”. “Eles deixaram de ser pobres? O acesso a bens culturais e à educação [de qualidade] continua muito difícil. O consumo sozinho não pode ser parâmetro”, critica, questionando a sustentabilidade da ascensão e o endividamento das camadas da população que tiveram aumento de renda e consumo na última década. “A gente não sabe o que vai acontecer de fato.”
A incerteza sobre a capacidade de endividamento e da eficácia do estímulo ao consumo também preocupa o economista Fábio Giambiagi, um dos autores do livro "Além da euforia - Riscos no plano econômico". “Apesar de os juros estarem caindo, esse endividamento nos outros países se dá com juros muito inferiores aos brasileiros. De tal forma que o mesmo endividamento tende a gerar, aqui no Brasil, um comprometimento da renda com o pagamento maior que nos outros países.”
Giambiagi pondera sobre a decisão do Ministério da Fazenda de estimular o consumo (por meio de isenção de impostos, como no caso do carro popular) para melhorar o Produto Interno Bruto (PIB) do país. “Esse pacote recente do governo aponta no sentido de estimular o consumo no sentido de melhorar o PIB este ano. A gente entende pela lógica do curto prazo. Mas, para o médio e longo prazo, o conselho seria aumentar os canais de investimento público e privado”.
A mesma receita foi utilizada de forma eficaz pelo governo, em 2009, para minimizar o impacto da crise financeira internacional que tevê o ápice em setembro de 2008. Além do resultado macroeconômico, o aumento do consumo entre as camadas mais populares “reconfigurou as hierarquias dentro da família”, disse Cláudia Sciré se referindo à diminuição e até inversão da submissão nas relações entre marido e mulher e também entre pais e filhos. “Esses [os filhos] começam a trabalhar e passam a ter maior autonomia perante as decisões de consumo. A mesma coisa ocorre entre mulher e marido, quando ocorre de ele estar com o nome sujo”, exemplificou.
Apesar dos efeitos econômicos e sociais positivos, a socióloga lembra que o acesso ao crédito pode ter consequências indesejadas na vida dos emergentes. “De uma hora para a outra as pessoas passam a lidar com uma série de mecanismos financeirizados que são muito complicados até para quem já está acostumado”, avalia.
“As pessoas às vezes se confundem, até porque o crédito oferecido é duas ou três vezes maior do que a renda. As pessoas acabam se endividando e a vida delas passa a ser gerida e pautada por esses prazos do mercado por essas dívidas que elas vão assumindo. Isso tem consequências graves como não conseguir visualizar um horizonte de possibilidades para além do mês seguinte”, alerta a socióloga.
Na opinião de Fábio Giambiagi, a “combinação zodiacal” que favorecia a manutenção do crescimento por meio do mercado interno – que agora tende a crescer menos – mudou. O economista associa as dificuldades de perda do ritmo com a composição do endividamento das famílias brasileiras. “A grande diferença de endividamento do Brasil e dos outros países está associado ao componente habitação. A minha impressão é que seria desaconselhável estimular novos processos de endividamento que fossem além do ponto que a gente está”.
(Agência Brasil)


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Endividamento ainda não é entrave a consumo, dizem economistas



Por Talita Moreira | Valor Econômico






O endividamento das famílias brasileiras ainda é baixo e não é um entrave ao crescimento da economia, avaliam os economistas Mônica Baumgartem de Bolle, sócio-diretora da Galanto Consultoria, e Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco. Ambos rechaçam a avaliação de que o modelo que sustentou o crescimento brasileiro nos últimos anos estaria esgotado porque o brasileiro está endividado.
Mônica destacou que a dívida das famílias ainda representa 20% do Produto Interno Bruto (PIB), muito abaixo do patamar de países como Estados Unidos (91%), Espanha (90%) e Polônia (38%). Este último, assim como o Brasil, tem pouco volume de crédito imobiliário.
A economista também destacou que o ciclo de dívida no Brasil é curto. “Em pouco tempo as pessoas vão estar aptas a tomar mais crédito”, afirmou Mônica, que participou nesta quinta-feira de seminário promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capital (Anbima).
Octávio de Barros foi na mesma direção. “As pessoas não estão sobre-endividadas. Estão sobrecompromissadas com novas despesas, como TV por assinatura e banda larga”, disse. Na avaliação dele, a queda nas taxas de juros vai tornar viáveis novas modalidades de financiamento para o setor imobiliário.
O economista também ressaltou que diversas categorias profissionais estão conseguindo reajustes salariais reais, superiores até mesmo aos obtidos em períodos de maior crescimento econômico. Segundo Barros, esse é outro fator que ajudará a sustentar o consumo.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sinais de problemas mais a frente


  • A economia americana está arrefecendo, perdendo folego novamente;
  • A crise européia ameaça se aprofundar com a eleição dos socialistas na França;
  • A crise bancária se aprofunda na Espanha, já atingindo os maiores bancos;
  • A Grécia está em colapso operacional, paralisada, a ponto de não conseguir eleger um governo;
  • Portugal patina com 16% de desempregados;
  • Os emergentes enfrentam um desaceleramento econômico, apesar do afrouxamento de suas políticas monetárias, o Brasil baixando juros por decreto e a China reduzindo os recolhimentos compulsórios dos Bancos ao Banco Central. 
  • Os preços dos commodities estão despencando; 
No Brasil só falta o governo decretar que todo brasileiro tem que dever pelo menos 3x sua renda. Mas o modelo de crescimento por consumo está se exaurindo. 

sábado, 17 de março de 2012

A recuperação da economia mundial já começou?


Há sinais tentadores de boas notícias na economia mundial. Nos Estados Unidos, empresas estão contratando mais e consumidores estão gastando mais. A recessão na zona do euro está se mostrando mais suave do que o esperado. A reestruturação da dívida da Grécia, a primeira economia desenvolvida a aplicar uma moratória em 60 anos, foi aprovada sem problemas. Celebrados pelos sinais de recuperação, e aliviados por terem evitado um desastre (especialmente na Europa, que no final do ano passado parecia à beira de uma calamidade comparável a da Lehman Brothers), os mercados financeiros têm subido de forma constante. O índice MSCI de ações globais aumentou em quase 9% desde o início do ano, e em 20% desde os sua baixa em outubro do ano passado.


Depois de um período bastante sombrio, não é surpresa que os espíritos do mundo animal estejam começando a saltar novamente. No entanto, há boas razões para manter a cautela com tamanho otimismo. O crescimento mundial, diminuído pelas economias emergentes menos efervescentes, e pela recessão na Europa, ainda deve ser mais lento do em 2011.
E ainda há grandes riscos lá fora. Em várias ocasiões desde a crise financeira de 2008, as esperanças dos investidores de um crescimento sólido e duradouro foram adiadas – seja pelo azar (aumento dos preços do petróleo), má política (uma enorme austeridade orçamental de maneira muito rápida), ou a triste constatação de que as recuperações após o confisco de ativos são geralmente fracas e frágeis. Se as tensões relativas ao programa nuclear do Irã crescerem, por exemplo, um choque na oferta de petróleo poderia causar caos novamente. Muito coisa ainda pode dar errado.
Menos depressão, mas nada de boom
Convenientemente para um presidente candidato à reeleição em novembro, os sinais mais claros de recuperação estão nos Estados Unidos. A boa notícia é, ao mesmo tempo, cíclica, com a diminuição do desemprego estimulando a renda e os gastos; e estrutural, já que tudo indica que as terríveis consequências da crise imobiliária estão diminuindo. Exclua o trabalho temporário envolvido na realização de censo dos Estados Unidos de 2010, e mais empregos foram criados nos três meses desde novembro do que em qualquer período de três meses desde 2006. O desemprego e o subemprego estão caindo. Os preços das casas continuam em baixa, mas preços na construção e nos imóveis começaram a subir. O crédito dos consumidores está crescendo e o aperto fiscal diminuiu, graças a uma flexibilização dos orçamentos estaduais e da extensão do Congresso dos cortes de impostos temporários até o final do ano.
Nada disso remete aos tempos de boom. Para o ano como um todo a economia americana provavelmente irá crescer em torno da sua taxa tendencial de cerca de 2,5%. Isso é muito menor do que o esperado após uma recessão normal, mas depois de crises financeiras, quando os consumidores estão sobrecarregados de dívidas, recuperações tendem a ser anêmicas. Esse nível de crescimento não vai baixar a taxa de desemprego rapidamente, mas já representa uma melhoria em relação a 2011 e, mais importante, poderia ser o primeiro passo para uma recuperação auto-sustentável, graças ao círculo no qual um aumento no crescimento do combate ao desemprego leva a aumento dos gastos do consumidor, que por sua vez devem gerar mais empregos.
A Europa, pelo contrário, continua distante da recuperação. Há a boa notícia é simplesmente que as coisas não estão tão ruins quanto poderiam estar. Graças à oferta maciça de liquidez aos bancos oferecida pelo Banco Central Europeu (BCE) sob a nova gerência de Mario Draghi, tanto um colapso financeiro quanto uma desagradável crise de crédito parecem ter sido evitados. O resultado é uma recessão rasa da qual a Alemanha pode escapar completamente. Para outros, entretanto, ainda não está claro que o crescimento virá. A maioria dos países europeus, particularmente aqueles na periferia da zona do euro, está impondo austeridade em suas economias para baixar os seus déficits. As reformas estruturais que estão sendo introduzidas para ajudar a impulsionar o crescimento vão levar tempo para ter muito efeito.
Mas enquanto se mantiver superficial, a recessão europeia causará danos limitados sobre o resto do mundo. E isso é uma razão importante pela qual a perspectiva para muitas economias emergentes é melhor do que era há alguns meses. O crescimento desacelerou acentuadamente em muitas economias emergentes, da China ao Brasil, já que a política monetária mais apertada abalou os gastos domésticos. Mas um colapso na Europa poderia provocar uma desaceleração muito mais profunda no mundo emergente, uma vez que as exportações despencaram e o capital estrangeiro despareceu. Com uma catástrofe da zona do euro fora da mesa, pelo menos por agora, os fluxos de capital para países emergentes estão subindo e economias orientadas para a exportação (especialmente na Ásia) estão começando a acelerar novamente.
A China é a exceção: seus valores comerciais recentes foram surpreendentemente desapontadores. Mas mesmo lá, as perspectivas para o resto do ano são melhores do que as notícias recentes sugerem. Isso porque uma queda de boas-vindas na inflação abre espaço para que o governo chinês alivie a política monetária e fiscal, mesmo que restrições sobre a especulação imobiliária permaneçam. O governo não permitirá uma desaceleração muito acentuada, já que a mudança da liderança na China neste ano coloca como prioridade a manutenção da estabilidade social.
A última cruzada
Os países europeus precisam parar de se concentrar tão intensamente na austeridade e, ao invés disso trabalhar mais para gerar crescimento. As injeções de liquidez do BCE conseguiram ganhar tempo para os governos endividados, mas para que o alívio da zona do euro seja permanente, a região precisa construir instituições que permitam a responsabilidade solidária por dívidas governamentais se equilibrem com a disciplina fiscal.
A prioridade norte-americana deve ser a de elaborar um plano de médio prazo que coloque o déficit orçamental numa trajetória descendente, sem extinguir a recuperação. Não há, infelizmente, qualquer chance de que isso aconteça antes da eleição presidencial de novembro. A economia da China continua a ser excessivamente dependente do investimento e do consumo doméstico. Ao invés de incentivar a construção de estradas e ferrovias, qualquer estímulo em 2012 deve promover moradias baratas e salários mais elevados, bem como pensões e gastos com a saúde.
As razões para o otimismo são reais. Mas se os responsáveis pelas políticas errarem novamente, a recuperação pode ir por água abaixo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Reflexo da crise, guerra cambial esconde problemas nos principais países

A Crise ainda não acabou!!!

Notas de yuan
Países pressionam a China a valorizar o yuan
O perigo de uma guerra cambial, que dominou as discussões do G20, em Seul, é reflexo de problemas nas principais economias do mundo, sobretudo nos Estados Unidos.

Passados dois anos do auge da turbulência financeira, alguns países ainda sofrem com as consequências da crise, cada um à sua maneira. Desemprego nos Estados Unidos, inflação na China e déficit fiscal na Europa são alguns exemplos da “ressaca”.
Sem conseguir reverter a situação de forma mais rápida, alguns governos acabam se valendo da desvalorização de suas moedas, estimulando assim a economia local e as exportações.
O resultado, no entanto, pode ser um grave efeito dominó, com diversas economias adotando medidas restritivas sobre o fluxo de capitais para evitar a valorização de suas próprias moedas.
Saiba quais são os problemas econômicos nos principais países que explicam a guerra cambial.


Estados Unidos


Apesar das medidas de peso adotadas pelo governo americano, como um pacote de estímulo econômico de quase US$ 800 bilhões e de reduções consecutivas nas taxas de juros, a economia dos Estados Unidos ainda patina.
O desemprego é apontado como o principal reflexo da morosidade no consumo e na produção: 9,6% da população economicamente ativa está sem trabalho.
Como os juros básicos já estão praticamente zerados, o governo americano tem poucos mecanismos disponíveis para “baratear” o dinheiro e levar a população às compras.
Um desses mecanismos é a colocação de mais dólares em circulação, por meio da recompra de títulos públicos. Nesta quarta-feira, o banco central americano anunciou a recompra de US$ 600 bilhões desses papéis. Na prática, a medida tem a mesma função de uma redução nos juros.
Em outras palavras, o governo americano quer mais inflação, ou seja, quer que as pessoas comprem e que os preços subam. Uma tarefa difícil, segundo economistas, já que os americanos, preocupados com o desemprego, estão mais interessados em vender o que têm.


China


Considerada a “outra moeda” da economia americana, a China tende a apresentar uma situação econômica que muitos analistas definem como uma “imagem invertida” do que ocorre nos Estados Unidos.
Não é à toa que a grande preocupação na China, hoje, é a inflação. Ou seja, enquanto o governo americano adota medidas que estimulam a alta dos preços, Pequim busca formas de aplacar esse problema.
Em outubro, o banco central chinês surpreendeu os mercados ao anunciar a primeira elevação da taxa de juros nos últimos três anos.
Uma das fontes da pressão inflacionária na China tem sido o mercado imobiliário. Após dois anos de estímulos para evitar o pior da crise no país, agora Pequim tem de lidar com uma possível bolha nesse mercado, com grande procura apesar da alta de preços dos imóveis.
Ao contrário dos Estados Unidos, que não conseguem fazer sua economia crescer de forma mais rápida, os chineses deverão crescer a uma taxa anual de 9%. No país asiático, não é a falta de consumo que preocupa, mas sim um possível excesso.
Os dois países também têm encontrado dificuldades de se entender na questão cambial. O governo americano acusa Pequim de desvalorizar artificialmente o yuan, prejudicando as exportações americanas.
O governo chinês se defende com o argumento de que a valorização de sua moeda seria um “desastre para a China e para o mundo”, com o fechamento de fábricas locais causando um “forte desequilíbrio” para todos.


Europa


Entre os países europeus, um dos principais efeitos da crise financeira tem sido um alto déficit público.
Depois de dois anos com gastos acima da média na tentativa de recuperar suas economias da turbulência, os europeus agora têm de lidar com caixas no vermelho.
Na Grã-Bretanha, por exemplo, a diferença entre o que o governo gasta e o que arrecada chega a 11% do Produto Interno Bruto (PIB).
O rombo fiscal também tem sido um problema para Grécia (14%), Irlanda (14%), Espanha (11%) e França (8%).
O problema não está apenas no setor público: o setor privado também sofre para voltar ao patamar de expansão pré-crise. Com os principais mercados do mundo ainda em recuperação, as empresas europeias encontram dificuldade para retomar suas exportações.
Nesse contexto, uma maior valorização da moeda chinesa também interessa à União Europeia, que poderia assim estimular a venda de seus produtos no país asiático. Por isso a desvalorização do yuan, promovida por Pequim, também tem sido alvo de críticas das autoridades europeias.
Mas não é só a China que vem incomodando a União Europeia. A desvalorização do dólar, estimulada pelo governo americano, também prejudica as contas externas dos países da região e já passou a ser alvo de críticas de alguns países europeus, como a Alemanha.


Brasil


A valorização do real frente ao dólar pode ser apontada como um dos principais rescaldos da crise financeira no Brasil.
Com um real mais valorizado, os produtos brasileiros perdem competitividade no mercado internacional. No 3º trimestre deste ano, o saldo da balança comercial brasileira ficou 32% menor do que no mesmo período de 2009.
Na prática, o país sofre as consequências de políticas adotadas principalmente nos Estados Unidos e na China.
A desvalorização do dólar promovida pelo governo americano reduz o valor dos ativos nos Estados Unidos, forçando o investidor estrangeiro a buscar retornos maiores em países emergentes.
Já a China, apesar de ser um mercado emergente e continuar atraindo investidores, mantém sua moeda atrelada ao dólar, evitando assim uma valorização “natural” do yuan.
O governo brasileiro vem adotando medidas que tendem a diminuir a entrada de dólares no país, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide sobre o capital estrangeiro – mas o dólar continua caindo frente ao real.
Diversos outros países, como a Tailândia, o Japão e a Coreia do Sul, já anunciaram medidas semelhantes, o que levou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a falar da iminência de uma guerra cambial.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Gartner alerta: mercado deve antecipar-se a um possível crise



Há pouco menos de dois anos, a maioria dos gestores de TI foi pega de surpresa com o início da crise financeira internacional. Mas, de acordo com a consultoria Gartner, se uma segunda turbulência ocorrer nos próximos 18 meses, não haverá desculpa para o despreparo.


E os sinais de alerta de uma nova crise são claros, alerta a consultoria, ao citar que os investidores ainda estão reticentes em relação à saúde da economia global, por conta do cenário nos países desenvolvidos. Atualmente, muitos mercados sofrem com problemas de dívidas públicas, altas taxas de desemprego, desvalorização de imóveis e acesso limitado a crédito.


Tudo isso leva a crer que uma segunda crise internacional pode ocorre em breve, segundo o vice-presidente da Gartner Ken McGee. Para ele, somente essa possibilidade já é suficiente para que o CIO crie um plano para o caso de haver uma retração nos negócios globais.


McGee informa, no entanto, que a maior parte dos gestores de TI não tem uma estratégia para responder a uma segunda crise. Contudo, apresentam um conhecimento prático - graças à recente recessão - para lidar com ela, o que pode representar uma vantagem, na visão do especialista.
Assim, o Gartner recomenda que os CIOs devem tomar alguns passos para contornar uma possível crise nos próximos 12 a 18 meses:


Convoque os principais executivos da empresa para discutir a futura crise – o  líder de TI deve tomar a iniciativa de reunir os altos gestores para debater as linhas de ação da companhia na eventualidade de uma recessão


Mantenha o foco no ano fiscal atual – Todos os projetos de tecnologia agendados e aprovados de acordo com o orçamento anual devem ser categorizados com a ajuda dos executivos, de forma que o CIO saiba quais podem ser adiados ou cancelados em caso de necessidade.


Detalhe, também, ações para o próximo ano fiscal – Uma vez que todos os projetos do ano fiscal atual foram mapeados e classificados, faça o mesmo com os do próximo ano. Neste caso, o cuidado deve ser maior, pois a empresa deve levar em conta todos os contratos com fornecedores que estão ou estarão em vigência.


Descentralize o orçamento para projetos em 2011 – CIOs devem fazer com que os executivos de todas as unidades de negócios assinem documentos afirmando o entendimento sobre o custo único para seus projetos de 2011 e os custos recorrentes anuais que os projetos requerem para a manutenção.


Descentralize o orçamento para aplicações existentes – Os CIOs devem compilar, também, um inventário de aplicações existentes mantidas pela equipe de tecnologia, estimar um custo anual para a manutenção de cada uma delas e associá-las às unidades de negócios que as utilizam. Feito isso, o líder de TI deve fazer com que o responsável por cada unidade de negócios assine um documento, concordando com os custos.

CIO Brasil


terça-feira, 8 de junho de 2010

Crise na Europa: 15 milhões sem emprego na zona do euro

Espanha tem a maior taxa de desempregados: 19,7%


A zona do euro registrou em abril um novo recorde da taxa de desemprego: 10,1% da população economicamente ativa. O índice subiu um décimo em relação a março.
A taxa de desempregados é ainda quase um ponto percentual mais alta em relação a abril de 2009, quando o desemprego afetava 9,2% dos trabalhadores da zona do euro.


Em toda UE, Letônia é a recordista


Em toda a União Europeia, eram 23.311 milhões de trabalhadores sem emprego em abril, dos quais 15.860 milhões estavam nos países da zona do euro.
Na zona do euro, a Espanha teve a maior taxa de desempregados: 19,7%. Em toda a União Europeia, a Letônia registrou em abril o maior índice de trabalhadores sem emprego: 22,5%.

domingo, 30 de maio de 2010

Queda do euro é positiva para alguns e negativa para outros


Desde dezembro do ano passado, o euro caiu 15% em relação ao dólar. Agora, o glamour da moeda europeia passa por uma fase ruim. No entanto, para algumas empresas, a queda trouxe pontos positivos.

Enquanto os exportadores viam o constante crescimento da moeda como uma pesada cruz para carregar, agora eles estão felizes com o reforço nas exportações. A queda também é boa para o turismo, impulsionado em todo o continente.


Exportadores europeus, particularmente as grandes companhias de carro alemãs, trabalharam duro para aumentar a produtividade durante a época em que o euro estava forte. Agora, elas estão bem posicionadas para colher os frutos de sua boa gestão.


Algumas das grandes histórias de sucesso da Europa nos últimos anos têm sido impulsionadas pela supervalorização do euro, o que faz muitos acreditarem que a queda é altamente negativa. Há casos de empresas que usaram a força da moeda para comprar companhias no Reino Unido, nos Estados Unidos e na América Latina. Esses negócios foram bons, porque representaram baixo custo para os europeus. De acordo com Georg Tacke, executivo da “Simon-Kucher & Partners”, mesmo as empresas que estão desfrutando de lucros inesperados estão relutantes em tratar o declínio do euro como uma oportunidade para ganhar participação de mercado.
No entanto, para outros, a mudança realmente não traz bons resultados. É o caso das empresas “Procter & Gamble” e “Colgate-Palmolive”, que já estão sofrendo com a queda no consumo e nos preços das matérias-primas. Agora, elas terão que lidar com um dólar mais forte também.

domingo, 16 de maio de 2010

O que aprender com portugueses e gregos

  O que aprender com portugueses e gregos

Escrevo da Europa. Vim falar numa série de seminários que avalia a experiência de Portugal na Comunidade Europeia, iniciada em 1986, quase um quarto de século atrás. Quatro universidades – Lisboa, Coimbra, Porto e Minho (Braga) – vão projetar a “recriação” do país no quarto de século à frente. O primeiro simpósio, em que tratei do endividamento dos países, ocorreu na Universidade de Coimbra, debaixo de sete séculos de história da instituição. Foi dia de ataque especulativo.
Os alvos eram as dívidas dos governos de Grécia, Portugal e Espanha. Os portugueses estavam perplexos por uma situação que, antes, não lhes parecia previsível. Ou será que eles não queriam enxergar a hipótese que chamo de “balança roseira”? Ninguém gosta de antecipar desgraças. Nem, pelo visto, quem teria obrigação de fazê-lo, como as agências americanas de classificação de risco, que deixaram para a hora derradeira a correção de notas de qualidade de crédito dos países afetados pela crise. As notas deveriam ter caído há meses. Os rebaixamentos feitos no meio da crise, conjugados à maneira atabalhoada da reação das autoridades da Comunidade Europeia, serviram de caldo perfeito para a explosão dos preços que os investidores cobram para correr esse risco. Os mercados já ameaçavam fazer essa correção desde que começaram a duvidar dos dados fiscais da Grécia.
Por trás da tragédia grega, como de todas as outras que vieram ou virão, está a camuflagem de compromissos financeiros, que os governos irresponsáveis escondem do mercado, não os publicando no “contas a pagar” dos países. Aconteceu do mesmo jeito com os grandes bancos, que quebraram em 2008 sob o peso de jogadas financeiras feitas fora de seus balanços.
Agora, com o anúncio da megaoperação de refinanciamento forçado dos papéis gregos, os vendedores a descoberto – aqueles que apostam arriscadamente em desvalorizações – refluirão para suas tocas. Mas só por um curto tempo. O mundo está cheio de posições fragilizadas para atacar especulativamente, desde bancos até companhias hipotecárias, governos locais, estatais e países, cujas dívidas são muito maiores do que suas respectivas capacidades de gerar caixa. Este é o mundo em que vivemos e sobre o qual preferimos não pensar muito. Somos movidos pelo “otimismo reagente”, aquele que é embalado por qualquer declaração esperançosa de uma autoridade monetária. Seu maior exemplo foram os anos da “exuberância irracional” inventada por Alan Greenspan, ex-Fed americano, que trouxe a zero a poupança econômica dos Estados Unidos, confiante de haver descoberto a fórmula da pedalada perpétua de reanimação dos mercados com juros baixos.
E o Brasil, estaria a salvo da implosão grega? Tivemos sorte de não sair para velejar no dia em que a maioria dos barcos virou, inclusive a fragata americana, à deriva até hoje. Mas a sorte do Brasil começa a ser desperdiçada pelo retorno de uma “economia de alto gasto”, ou melhor, (des)economia. Não apenas os consumidores brasileiros são atraídos pelo endividamento fácil, que os empurra a comprar de tudo. Pior é o governo brasileiro, que de novo faz um déficit perigoso nas contas públicas. O saldo negativo no orçamento de abril, da ordem de R$ 17 bilhões, compromete o governo pós-Lula, qualquer que seja o eleito. Nós, contribuintes, seremos convocados a pagar mais essa conta amanhã. Enquanto os investimentos públicos do PAC seguem atrasados, não há atrasos no desperdício dos gastos correntes.
Por cima da avalanche de despesas desnecessárias, vem o Banco Central salgar os déficits futuros com a recente alta de juros, que afinal se converte em mais gasto do governo. Pagamos uma conta monstruosa de juros, que passam de R$ 150 bilhões por ano, quatro vezes o que é normalmente investido em infraestruturas pelo governo brasileiro. Pena sermos tão míopes. Não temos nem a preocupação de planejar os anos futuros, como tenta fazer Portugal. Falsos espertos que somos, temos um bocado a aprender, até com nosso mais modesto avozinho.
Artigo publicado originalmente no site do Instituto Millenium
Por Paulo Rabello de Castro

domingo, 14 de dezembro de 2008

2008, O ano da Crise




Estamos chegando ao fim do ano de 2008. Com ele vêm as reflexões, as intermináveis resenhas e principalmente as analises e explicações sobre o que aconteceu durante o período que está se encerrando. O ano de 2008 será lembrado como aquele em que o Mundo quebrou. Algo como a crise de 1929. Só que potencializada por toda a tecnologia a disposição. Mas o que levou a crise atual?. Os mais apressados dirão logo que a inadimplência. Outros dirão que a foi à quebra de confiança. Em penso que a combinação das duas alternativas acrescidas de generosas doses de ganância e desonestidade.  Como  acreditar em uma bolsa que só se valoriza,  enquanto as Empresas que comercializam suas ações não têm os seus ativos valorizados na mesma proporção.  

Essa é uma crise em que não tem inocente.  Ela começa pela falta de regulamentação do setor financeiro, passa pelos Executivos que tem seus altos ganhos atrelada as vendas do próximo trimestre, levando-os a forjar lucros para receber seus bônus,  envolve os grandes investidores institucionais - Fundos de Pensões frequentemente envolvidos em escândalos financeiros e chega ao  cidadão comum que trocou sua poupança conquistada ao longo de anos de trabalho duro acreditando que é possível enriquecer sem trabalhar, basta trocar um ou dois derivativos certos e pimba, estoura a banca. 

Penso que essa crise poderia ser usada para repensar todo o sistema.  
Precisamos consumir de forma desenfreada porque senão o sistema quebra.  Mas esquecemos que essa talvez seja a causa maior de todos os problemas e riscos que hoje enfrentamos. Esgotamento das terras cultiváveis, poluição, falta de água potável, aquecimento global, derretimento das geleiras, desmatamento, elevação dos oceanos.  Estamos vivendo uma forte crise inclusive do capitalismo, que hoje para se manter precisa ser socorrido pelo estado. Já que o estado foi chamado para socorrer, - particularmente penso que não devia interferir salvando banqueiros ou industriais falidos - Deveria se limitar a salvar o empreendimento e os empregos gerados buscando de alguma forma gestores/investidores competentes. Deveria sim é carrear recursos para empreendimentos com uso de energias alternativas - caras ainda e que precisam ser subsidiadas,  empregar mais nas áreas de saúde e educação.

Enfim o gatilho da crise foi disparado pela Inadimplência,  a crise se mantém pela falta de confiança, mas a solução para a crise, que deve demorar, passará pela construção de um novo pensar, de um novo modelo econômico, de uma nova sociedade.

O nosso setor de crédito e risco deverá ser bastante influenciado no próximo ano.  Sem duvida teremos uma base de contratos inadimplentes para trabalhar muito grande, mas teremos uma recuperação bem mais dificil.  O desemprego que deverá  aumentar a partir de Fevereiro/2009 e a desaceleração da economia sem duvida exigirá das Empresa do setor boa administração dos seus ativos.  Sistemas ágeis, seguros e robustos serão muito importante. Investir certo escolhendo bons parceiros com certeza será muito importante. Fusões pode ser um bom caminho, afinal empresas maiores podem enfrentar melhor os desafios.  Internacionalização é um caminho promissor, mas exige muita organização e maturidade. Mas o caminho da Cobrança Off shore não pode ser desconhecido.  
Crise com certeza, Oportunidades sem duvida