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domingo, 1 de julho de 2012

Rio é Patrimônio Mundial como paisagem cultural urbana





Delegação brasileira comemora escolha do Rio como Patrimônio Mundial, na Rússia
Foto: Reprodução / Site da Unesco
Delegação brasileira comemora escolha do Rio como Patrimônio Mundial, na RússiaREPRODUÇÃO / SITE DA UNESCO
RIO - O Rio de Janeiro se tornou, neste domingo, Patrimônio Mundial, como paisagem cultural urbana. A cidade foi a primeira do mundo a se candidatar nesta categoria. A candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, que está sendo realizada em São Petersburgo, na Rússia. 
Segundo o Iphan, a partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título serão alvo de ações integradas visando à preservação da sua paisagem cultural. São eles: o Pão de Açúcar, o Corcovado, a Floresta da Tijuca, o Aterro do Flamengo, o Jardim Botânico, a Praia de Copacabana, e a entrada da Baía de Guanabara. As belezas cariocas incluem o Forte e o Morro do Leme, o Forte de Copacabana e o Arpoador, o Parque do Flamengo e a Enseada de Botafogo.
O conceito de paisagem cultural foi adotado pela Unesco em 1992 e incorporado como uma nova tipologia de reconhecimento dos bens culturais, conforme a Convenção de 1972 que instituiu a Lista do Patrimônio Mundial.
Até o momento, os locais reconhecidos mundialmente como paisagem cultural relacionam-se a áreas rurais, sistemas agrícolas tradicionais, jardins históricos e outros locais de cunho simbólico, religioso e afetivo.
Brasil tem outros 18 bens culturais e naturais
Além da paisagem cultural do Rio, o Brasil tem com outros 18 bens culturais e naturais na lista de 911 bens reconhecidos pela Unesco.
Os bens culturais são: Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto, Minas Gerais (1980); Centro Histórico de Olinda, Pernambuco (1982); Ruínas de São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul (1983); Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, Minas (1985); Centro Histórico de Salvador, Bahia (1985); Conjunto Urbanístico de Brasília, Distrito Federal (1987); Centro Histórico de São Luís, Maranhão (1997); Centro Histórico de Diamantina, Minas (1999); Centro Histórico de Goiás, Goiás (2001); Praça de São Francisco em São Cristovão, Sergipe (2010).
Já os bens naturais são: Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (1986); Costa do Descobrimento, Bahia e Espírito Santo (1997); Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí (1998); Reserva Mata Atlântica, São Paulo e Paraná (1999); Parque Nacional do Jaú, Amazonas (2000); Pantanal Mato-grossense, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (2000); Reservas do Cerrado: Parque Nacional dos Veadeiros e das Emas, Goiás (2001); e Parque Nacional de Fernando de Noronha, Pernambuco (2001).

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

RIO - O Museu do Amanhã, que começou a ser construído nesta terça-feira no Píer Mauá, na Zona Portuária, não será mais custeado com recursos públicos. Orçada em R$ 215 milhões, a obra foi incluída pela prefeitura no leque de intervenções que terão que ser realizadas pelo consórcio Porto Novo, dentro do projeto Porto Maravilha. Projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava e com conceito desenvolvido pela Fundação Roberto Marinho, o museu deverá ficar pronto no primeiro semestre de 2014. Dedicado à ciência, à ética e à tecnologia, ele terá o patrocínio do Banco Santander, que investirá R$ 65 milhões na implantação e na manutenção da instituição por dez anos.
Na cerimônia de lançamento da obra, o prefeito Eduardo Paes disse que espera que o museu se transforme num novo marco arquitetônico do Rio. Paes comparou a estrutura ao Cristo Redentor, aos Arcos da Lapa e ao Sambódromo:
- O museu é a joia da coroa do projeto de revitalização do Porto. É um ícone que se constrói para o Rio e certamente entrará para o imaginário da cidade, como o Sambódromo, os Arcos da Lapa e o Cristo. Será mais uma marca à qual nos apegaremos.


Prédio aproveitará energia solar

Com linhas arrojadas em aço e vidro, que lembram um animal marinho adormecido, o prédio terá 15 mil metros quadrados e ficará acomodado sobre um espelho d'água, alimentado com a água da Baía de Guanabara. A água do mar será usada na refrigeração do prédio. Notabilizado pelas suas obras inovadoras, como a Gare do Oriente, em Lisboa, e a Cidade das Artes e da Ciência, em Valência, o arquiteto Calatrava projetou um prédio cujo telhado se movimentará - como se fosse as escamas de um grande peixe - e será forrado de placas de captação de radiação solar, para reduzir os gastos com energia elétrica.
O paisagismo do terreno - que, com 30 mil metros quadrados, inclui, além do museu, espaços de lazer e ciclovias - será desenvolvido pelo escritório Burle Marx. O objetivo é que o projeto possa buscar a certificação internacional de prédio verde.
Com curadoria do físico Luiz Alberto Oliveira, doutor em cosmologia, e do jornalista e professor de cultura brasileira Leonel Kas, o museu terá um formato diferente do das instituições tradicionais, voltadas para a história natural, as ciências e a tecnologia. Ele proporá experiências interativas ao visitante, que poderá passear por ambientes onde estará em discussão a vida do homem nos próximos 50 anos e o futuro do planeta.
- O Museu do Amanhã é um projeto verde e inovador. Ele começa a ser construído com a ambição que o cenário sugere: pensar a complexa teia de relações entre a humanidade e a natureza, a nossa responsabilidade na continuidade da vida e o tipo de vida que nossos filhos e netos terão no futuro. Essas escolhas terão que ser feitas agora. Projeções da ONU apontam que já somos sete bilhões no planeta, que têm que consumir, se alimentar e viver sem devastar o meio ambiente - afirmou o presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, que participou da cerimônia.

Região pode ganhar prédios de 50 andares


A obra será custeada com os recursos da venda no mercado financeiro dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), títulos criados pela prefeitura que permitirão a empreendedores erguer prédios de até 50 andares na Zona Portuária, dependendo do terreno. Geridos pela Caixa Econômica Federal, que criou um fundo imobiliário para negociar os títulos, os Cepacs custearão um leque de obras urbanísticas e de infraestrutura na Zona Portuária orçadas em R$ 8 bilhões em 15 anos.
Entre as obras previstas estão a derrubada de parte do Elevado da Perimetral, a abertura de túneis e avenidas, e a implantação de redes de água, luz, esgoto, gás e telefonia, numa área de cinco milhões de metros quadrados, além da recuperação do patrimônio histórico e cultural.
As obras visam a preparar a região para o crescimento populacional que se espera com a chegada de empreendimentos comerciais e residenciais. Projeções da prefeitura apontam para um aumento dos atuais 30 mil para cem mil habitantes nos próximos dez anos, numa área que abrange os bairros do Centro, do Santo Cristo, da Gamboa, da Saúde, do Caju, da Cidade Nova e de São Cristóvão. A expectativa é que a população flutuante atinja 400 mil pessoas diariamente.

Parceria público-privada vai garantir projeto


A estimativa inicial de custos da obra do Museu do Amanhã era de R$ 130 milhões, sendo R$ 35 milhões no desenvolvimento do conteúdo e R$ 95 milhões na construção, como informou a prefeitura há um ano. Mas, segundo o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, os valores iniciais tinham sido calculados a partir do projeto básico do museu. Com o desenvolvimento do projeto executivo do edifício, que terá dois andares, chegou-se ao valor final de R$ 215 milhões:
- Era uma estimativa, num primeiro momento, pensando-se numa obra predial. Mas o museu terá uma metodologia construtiva com tecnologia muito avançada. O telhado terá movimento. Sensores solares controlarão sua abertura e seu fechamento.
Os gastos seriam bancados inicialmente pela prefeitura, que já desembolsou cerca de R$ 24 milhões na implantação das fundações do museu. A inclusão das obras do prédio no contrato de intervenções na região foi negociada pela Companhia de Desenvolvimento do Porto (Cdurp). Segundo o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, o contrato com o consórcio Porto Novo permite o remanejamento de obras. Arraes adiantou que deverá ser retirado do contrato a obrigação do consórcio de deixar prontas as fundações sobre as quais serão implantados os trilhos do futuro sistema de veículo leve sobre trilhos (VLT) da Zona Portuária. O consórcio não terá também que ampliar o túnel ferroviário que será usado pelo VLT.
- Essas obras serão incluídas na licitação para a implantação do sistema de VLT - disse Arraes.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Rio de Janeiro - Cidade Olímpica

O site desenvolvido pela prefeitura está excelente. Apresenta todas as grandes obras que deverão estar prontas para o grande evento. Se hoje estamos pagando um preço alto, principalmente no que se refere a deslocamento, no futuro voltaremos a ter a melhor cidade para se viver, com um mobiliário urbano de primeiro mundo, porque beleza e simpatia sempre sobrou à esta cidade. Para ver + click aqui 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Rio's ace up its sleeve




MY RECENT post on our Schumpeter blog compared the relative merits and demerits of São Paulo and Rio de Janeiro from the perspective of businesses deciding where to set up in Brazil. Rio has another advantage over São Paulo, and one that may be decisive in the long run: its schools. In the past year I have visited schools in both cities, and Rio’s won hands down. One reason is that some of São Paulo’s schools are run by the state and some by the municipality. In contrast, Rio’s are all run by the municipality, meaning a good idea can be put into practice everywhere. Right now, Rio is trying out lots of them.
It has set a single curriculum in all of its schools, and all teachers now test their pupils every two months to see if they are keeping on track. “Teachers weren’t really resistant to the new curriculum,” says Claudia Costin, the city’s education secretary. “We built it together, and teachers piloted and evaluated it.” She has also guaranteed teachers a week’s training each year. For the last two years it has been about what Brazilians callrealfabetização—teaching children to read when they didn’t learn the first time round.
Ms Costin’s most important innovation may be performance-related pay. If schools meet their yearly targets—which take into account past performance, and so are not unfair to those with weaker student intakes—teachers are given an extra month’s pay. In “Schools of Tomorrow”, as 151 of those in very poor, violent parts of Rio have been named, the bonus is 50% bigger. “Whenever we have a bit of extra money it goes to Schools of Tomorrow first,” says Ms Costin. “When other schools just got t-shirts, they got complete uniforms; we gave them copybooks first.”
In São Paulo, by contrast, the state governor bowed to pressure from teachers’ unions earlier this year and abolished performance-related pay in the schools it runs. “It’s a mistake,” says Ms Costin. “[Performance-related pay] isn’t the only factor that encourages learning, but it is important.”
I recently visited a School of Tomorrow called Escola Municipal Professor Afonso Várzea. It is located in Complexo do Alemão, a group of favelas (slums) in Rio that was the focus of attention worldwide last November, when the army went into it with tanks to support special forces in flushing out the drug dealers that used to run it. The school was a peaceful, cheerful, well-equipped place, with a good library, specialist provision for children with learning difficulties and excellent acoustics (an under-rated aspect of school design; every school I visited in São Paulo was a concrete echo chamber.) When I asked the head teacher, Eliane Saback Sampaio, her opinion of Ms Costin, she laughed and called her a “slave-driver”—before going on to talk of her with affection and admiration.
To appreciate just how important such progress is, you need to understand just how bad education in Brazil still is, despite recent big improvements. Barbara Bruns, a researcher at the World Bank who has been following education in Brazil for a long time now, recently co-wrote a book on the subject, called “Achieving World Class Education in Brazil: The Next Agenda”. Check out “Box 3: ‘Basic Numeracy as Measured on PISA’”, on page 27. It gives a “Level 1” mathematics question—meaning one that is presented in a familiar context, is clearly defined, and requires only the need to understand a simple text and to link the explicitly-presented information to a basic calculation. This particular question was used in the PISA tests in 2006, and across the OECD 80% of 15-year-olds got it right. In Brazil, only 11% did.
Now imagine you are an employer looking to hire in Brazil. Almost nine-tenths of young people will be unable to answer this extremely simple question—and the generation leaving school now is Brazil’s best educated in history. Then you will see why businesses in Brazil routinely rate getting qualified workers as one of their most serious problems—and why a city that gets its schools right is giving itself a priceless edge.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

'The Economist': Pela 1ª vez em décadas, Rio é atraente para negócios



RIO - A edição desta semana da revista "The Economist", publicada nesta quinta-feira, traz uma reportagem sobre as diferenças entre as cidades do Rio e de São Paulo, "as maiores do Brasil", no momento em que investidores decidem fazer negócios no país. Com o título "Rio ou São Paulo?, a reportagem destaca que "pela primeira vez em décadas, a Cidade Maravilhosa torna-se atraente para os negócios", e cita os investimentos governamentais na urbanização e policiamento de favelas e em infraestrutura, com a aproximação de eventos como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
De acordo com a revista "por muitos anos, Sâo Paulo foi o lugar onde as multinacionais abriam seus escritórios no Brasil. Pode ser menos glamurosa que o Rio, como sugerem os apelidos das duas cidades: Rio é a Cidade Maravilhosa; São Paulo é a Cidade da Garoa. (...) Mas São Paulo é o centro financeiro, onde o dinheiro está." O Rio, por outro lado, experimentou "meio século de declínio, depois que a capital federal foi transferida para a recém-inaugurada Brasília, em 1960. O desgoverno político, a disputa entre grupos de traficantes e a corrupção policial tornaram o Rio uma cidade perigosa, mesmo para padrões brasileiros. Os negócios e os ricos fugiram, a maioria para São Paulo."
Para a "The Economist", o cenário está mudando em favor das terras cariocas. "Agora, porém, há sinais de que o cálculo do custo-benefício está se deslocando. A economia de São Paulo vai bem e ainda é muito grande, mas o Rio está crescendo mais rápido, impulsionado pela exploração de petróleo e pela conquista de sediar as Olimpíadas de 2016. No ano passado, o Rio recebeu US$ 7,3 bilhões em investimentos diretos - sete vezes mais que no ano anterior, e duas vezes mais que São Paulo. O aluguel de escritórios no Rio está agora mais caro que em qualquer lugar das Américas, no norte ou no sul, de acordo com a Cushman and Wakefield, uma consultoria imobiliária.
Apesar de apontar as melhorias, a reportagem termina afirmando que o "Rio continua a ser imprevisivelmente perigoso, e décadas de infraestrutura ruim deixaram suas marcas. Suas redes de telefonia celular e eletricidade são instáveis; a 'língua negra' é uma realidade na estação das chuvas; e a explosão de bueiros, causada pela rede de gás subterrânea, são uma ameaça durante todo o ano."

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Rio de Janeiro - Arco Metropolitano

O arco metropolitano integrará diversos caminhos já existentes e outros em construção. Aliviará as principais vias de acesso a cidade.

Rio de Janeiro - Projeto Museo do Amanhã

Outra obra de impacto na cidade, O Museo do amanhã que fica na área do Cais do Porto.

Rio de Janeiro - Projeto Porto Maravilha

O Rio de Janeiro está vivendo um momento único na sua história. A partir do Projeto "Jogos Olímpicos" uma grande quantidade de projetos de recuperação do espaço urbano da cidade estão em andamentos. Um dos mais importantes recupera a área do cais do Porto do Rio de Janeiro. Uma área muito degradada. Ao final da obras teremos uma área no nível de Barcelona, Puerto Madero ou do Porto de New York.


Apreciem o projeto no vídeo abaixo: 

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Rio de Janeiro, novos investimentos

Pelo menos seis grandes redes hoteleiras, como as que administram o Hotel Emiliano (SP), o rsort Txai (Sul da Bahia) e os Hotéis Hilton, Four Seasons, Hyatt, Ritz e Carlton buscam espaços para aquisição. O Grupo Txai procura uma área no Joá. O Ritz Carlton e o Hyatt procuram na Barra da Tijuca. O Emiliano busca na Barra, no Joá e no Auto da Boa Vista. O Hilton e o Four Seasons preferem a Zona Sul, mas por fala de opção devem acabar também na Barra. 

Confirmando-se estes novos empreendimentos, a demanda por quartos durante os Jogos Olímpicos estaria plenamente atendida e a cidade confirmaria o ciclo de crescimento. Para uma cidade injustamente esvaziada em razão de uma série de mal administradores que por ela passaram, por retaliação política, e também por níveis elevados de violência. O resgate da cidade pode continuar, acredito, por investimentos na chamada indústria limpa - software, produção artística, biotecnologia e turismo. Vamos deixar o emprego industrial (que não gera tanto emprego assim) para outras cidades. Não é a nossa vocação. 

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tropa de Elite e a guerra ao tráfico no Rio: o espetáculo dos espetáculos


Blindados da Marinha estão sendo usados pela polícia no Rio (Fonte: AFP)

Desde a primeira Guerra do Golfo, quando as imagens começaram a ser transmitidas em tempo real, podemos assistir ao vivo o espetáculo de violência e ser tocados pelo poder simbólico das imagens. Não foi diferente no 11 de Setembro, quando os aviões chocaram-se contra as Torres Gêmeas, inaugurando uma nova era de atentados terroristas  divulgados ao vivo e em replay ao redor do mundo.


Agora, advindas do Rio de Janeiro, as imagens da guerra ao tráfico de drogas, que já há alguns dias vem aterrorizando a cidade. Carros de combate, que antes só víamos nos filmes, agora operam nas favelas; carros e ônibus pegando fogo; traficantes fortemente armados (e essa é a imagem mais impressionante) fogem como formigas desnorteadas.


Esse espetáculo causa as mais diversas reações naqueles que simplesmente assistem pela TV os confrontos, em algum momento do seu dia:
– Existem o bem e o mal, e devemos escolher qual é o lado certo!
– Por que os militares não jogam uma bomba e explodem os traficantes que estão fugindo?
– Parabéns ao governador e ao secretário de segurança pela coragem de enfrentar esta situação!



O certo é que ninguém aguenta mais esta situação. Se o Estado já chegou com uma série de serviços nas favelas, como água, luz e telefone, um dos ítens mais fundamentais para a cidadania, o direito de ir e vir, é negado aos moradores das comunidades. Eles precisam conviver com traficantes e milicianos fortemente armados, que têm o poder de vida e de morte sobre as pessoas. Basta!


Esta política das UPPs, de ganhar o território do tráfico, é algo que aparentemente funciona, e que causa uma real insegurança nestes grupos de criminosos que há muito dominam as áreas esquecidas da cidade. Pela primeira vez, excitados pelas imagens espetaculares desta guerra urbana, toda a população está se unindo, e a voz dos oprimidos nas favelas parece ecoar em uníssono pela sua libertação. É importante frisar o erro estratégico dos traficantes: ao espalhar o terror por toda a cidade, muito além dos seus domínios eles conseguiram que a sociedade saísse de seu imobilismo e clamasse por uma solução urgente. E assim resolveremos de uma vez o problema de inclusão social desta população. Se eles continuassem dentro de seus territórios o problema continuaria a ser jogado para baixo do tapete. É cruel, mas é a realidade.  


Esta guerra que apareceu na tela do cinema com o filme Tropa de Elite, é o principal espetáculo, aquele que mais excita os espectadores pelo país. Ela aparece junto com outros espetáculos, como a transição de Dilma em Brasília, a queda dos índices de desemprego, o conflito entre as Coréias, os enfrentamentos no Oriente Médio, etc. Como escreve Guy Debord, em “A Sociedade do Espetáculo”, Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma representação.


Não é por acaso que o filme caminha para ser o mais visto do cinema nacional, um filme onde o herói é um assassino, assalariado do Estado, pago para mandar os vagabundos para a vala, como ele mesmo diz. Este espetáculo é o que mais vende,não é à toa. 


Posso listar alguns outros elementos, não tão espetaculares, porém fundamentais para que esta situação se resolva: educação de qualidade, emprego, saúde, punição para os crimes de colarinho branco. Que os bandidos de outras classes sociais também sejam punidos. Afinal um político que desvia verbas da saúde pública é tão assassino quanto os marginais que hoje estão praticando Terrorismo Urbano. Ou o médico que recebe e não aparece no trabalho, ou ainda o professor da rede pública que deixa de dar aula por causa dos baixos salários, mas não deixa de receber, o policial corrupto, o motorista corruptor, os sonegadores de impostos. A lista é grande, mas esta ao nosso alcance realizar a mudança. Não podemos esquecer que tudo isto é fruto de anos de tolerância com a coisa errada. Com os pequenos delitos. Não podemos esquecer que o poder dos Barões do Tráfico só existe porque isto é um negócio, ilícito, mas um negócio. Onde muitos compram de poucos fornecedores. E como diz a velha Economia, quanto maior o risco, maior a rentabilidade. Então tolerância zero para todos. Tudo isso para que a gente possa sair deste faroeste e inventar o nosso próprio filme!