Fonte: Blog Televendas & Cobrança
Quem é rei nunca perde a majestade, já dizia o ditado popular. Este é o empenho de Manfredo Hoepers para tornar sua empresa, a EOS HOEPERS, de novo uma das principais empresas de cobrança do País – feito que já tem conseguido alcançar, aos poucos, ao promover a readaptação à realidade da empresa, com base em “pessoas, processos, conhecimento e tecnologia”.
Para voltar ao topo, o empresário catarinense de voz mansa aposta na tranquilidade. É com esta tranquilidade que, após reavaliar contratos, se aproximar dos clientes e até adotar medidas mais drásticas, como fechar filiais da empresa e demitir funcionários, Hoepers consegue hoje aumentar seu faturamento mês a mês.
Em entrevista exclusiva para o Blog Televendas & Cobrança, Manfredo Hoepers avalia a importância de atrair investidores estrangeiros e compartilha os percalços vividos pela venda de 60% das ações da empresa, assim como os avanços conquistados pela parceria. Confira!
Blog Televendas & Cobrança: Como o senhor avalia o que parece ser uma tendência de venda de ações para investidores estrangeiros, como aconteceu com a Intervalor, Flex e a própria EOS HOEPERS, no segmento da cobrança?
Manfredo Hoepers: Vejo com bons olhos e uma necessidade neste momento, considerando a crise interna que vivemos. Nossa moeda está, cada dia, mais fraca. Então a venda de ações para uma moeda forte, que possa suportar novos e grandes investimentos, é sempre muito bem-vinda. Para os empresários do segmento, é uma oportunidade de se tornarem mais fortes e resistirem aos percalços econômicos.
BTC: Outros grandes líderes de mercado já argumentaram que o processo para atrair novos investidores é benéfico porque as empresas são obrigadas a “colocar a casa em ordem”. Na sua avaliação, quais são os benefícios em contar com este aporte?
MH: Na época em que fomos vendidos, a EOS esteve no Brasil olhando para várias empresas e optou pela nossa por termos mais organização e estrutura em relação à concorrência. Nossa casa já estava em ordem, mas, com a venda, foi possível darmos continuidade ao aperfeiçoamento constante dos nossos processos e estratégias de cobrança. Identifico, ainda, como benéfica a participação estrangeira no negócio, pois nos permite entender como o mercado funciona não só aqui, mas também em outros países. Outra vantagem de atrair investidores é ter uma situação mais confortável, pois este investidor está em uma condição muito melhor para investir em novos produtos e serviços, em tecnologia, aprimorar a qualidade e uma série de outras coisas que o mercado exige, mas não remunera de forma justa dentro do curto prazo.
BTC: E em relação a adversidades, quais são as situações controversas que um empresário tem de enfrentar ao vender ações para grupos estrangeiros?
MH: Uma coisa é uma venda parcial, como foi a nossa. Quando você faz uma venda parcial, o responsável pela empresa continua administrando o negócio por um período e, só então, o investidor o assume. Considero como principal situação controversa a questão cultural. No nosso caso, especificamente, o investidor tinha políticas organizacionais que não eram aderentes ao negócio no mercado brasileiro. Por isso, a nossa parceria teve alguns sobressaltos. O importante então é dimensionar bem as nossas necessidades locais para não importar um modelo de negócio que não vai responder às demandas do mercado brasileiro.
BTC: Em nossa última entrevista, três meses atrás, você estava em um processo de visitar clientes, rever contratos e fazer contatos para fazer a EOS HOEPERS voltar a crescer. Este processo deu resultado? Qual é a atual situação da empresa no mercado?
MH: Toda crise, se ela não te leva à falência, em algum momento, vai te dar oportunidade. Com o meu retorno, tenho conseguido reequilibrar a empresa, resgatar métodos que tínhamos antes e que geravam resultados. Mas estamos aproveitando a oportunidade de agregar valor à empresa utilizando a base de conhecimento da Alemanha e adequando-a aqui, mas agora respeitadas as peculiaridades do mercado brasileiro. Então, diria que é um momento de bastante tranquilidade, mas de muito trabalho, com uma verdadeira readaptação do modelo de negócio.
BTC: Quais são os resultados esperados para 2015?
MH: No primeiro momento desde a minha volta, reorganizamos a empresa, fechamos inclusive duas filiais, demitindo uma quantidade de pessoas para nos adequar à realidade que tínhamos. Conseguimos evoluir, aumentando o faturamento mês a mês. Então, espero chegar ao fim do ano com um desempenho que possa voltar a satisfazer o contratante. Ainda não temos números, mas posso garantir que é um momento de tranquilidade para a empresa. Fico muito satisfeito com a minha volta, pois fui muito bem recebido pela equipe e pelos credores. Tenho certeza de que, em breve, vou colocar a EOS HOEPERS entre os primeiros do mercado.
Nossa opinião: Manfredo Hoepers é um dos mais importantes empresários do setor. Sua volta ao mercado, neste momento de grandes incertezas políticas e crise econômica, contribuirá para o aprofundamento das discussões, deslocando um pouco o eixo das mesmas para outras localidades do país. Reequilibrará a distribuição do mercado, hoje muito concentrado nas fases iniciais.
Por outro lado, a entrada de player estrangeiros, não significa o Nirvana, na maioria das vezes, tem se tornado o próprio inferno. Isto porque permear culturas diferentes não é fácil!!.
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