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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Bancos tentam renegociar dívidas de empresas e evitar perdas

Os bancos estão 'jogando para frente' as dívidas das companhias brasileiras com o claro objetivo de conter seus níveis de provisionamento para fazer frente ao aumento cada vez maior dos calotes.
Depois de verem o colchão para perdas, as chamadas PDDs, crescer quase R$ 16 bilhões no ano passado, as instituições privadas reforçaram suas campanhas de renegociação, incluindo até dívidas que ainda não venceram.
Como resultado, o saldo de créditos renegociados (acima de 30 dias) de Bradesco, Itaú Unibanco e Santander saltou 13% no fim de dezembro, na comparação com um ano atrás, e ultrapassou os R$ 40 bilhões.
Com muitas empresas, inclusive as grandes, já operando com queima de caixa e sem liquidez para honrar vencimentos mais curtos, os bancos estão alongando pagamentos atrasados e sendo mais flexíveis na renegociação com os clientes, na tentativa de evitar que a lista de companhias em recuperação judicial engrosse mais.
"À medida que os clientes vendem menos, têm mais dificuldade de manter seus compromissos e há procura para reacomodar empréstimos a um novo perfil de fluxo de caixa. Isso leva naturalmente à ampliação de renegociação de crédito", disse Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, em conversa com jornalistas, nesta semana.
O grupo de empresas brasileiras em dificuldades não para de crescer, na medida em que a economia brasileira não dá sinais de que já chegou ao fundo do poço, o que leva os custos de captação a patamares inviáveis.
Do final do ano passado para cá, a situação deixou de ser exclusividade de um único setor ou dos grupos envolvidos na Operação Lava Jato.
Empresas como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Usiminas, PDG e BR Pharma estão há alguns meses em processo de renegociação de suas dívidas, situação ainda mais crítica no caso das pequenas e médias empresas.
Apesar da intensa elevação da carteira de crédito renegociada, os bancos avaliam o movimento como "natural" e associado à fraqueza da atividade econômica.
"Ciclos de crédito são sucedidos por tempos duros e maduros. Para quem merece confiança, reperfilamos e reestruturamos sua dívida", afirmou Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, à imprensa na semana passada.
O executivo de um grande banco lembra que os créditos em atraso são reclassificados e provisionados automaticamente, conforme as regras do Banco Central.
No entanto, a renegociação, o quanto antes ocorrer, evita não só o agravamento do risco, bem como o aumento das despesas com provisões, chamadas de PDDs.
 Fonte: Exame


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Brasileiros renegociam mais as dívidas, mas ainda atrasam pagamento





Fonte: Folha de São Paulo
RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 24-07-2012, 10h00: Fábricas de matrizes e cédulas da Casa da Moeda do Brasil (CMB), em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Processo de fabricação e itens de segurança das cédulas da nova família, em especial as notas de R$ 10 e R$ 20, lançadas na última segunda-feira (23), em Brasília, pelo Banco Central. (Foto: Fernando Frazão/Folhapress, FOTO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
Um sexto do valor renegociado teve atrasos maiores que 90 dias; na imagem, matrizes de notas de real

A renegociação de dívidas entre consumidores e bancos cresceu 30,5% nos sete primeiros meses de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Banco Central.

São consumidores que assumiram o compromisso de quitar a nova dívida em três anos, em média, mas nem todos conseguem manter as prestações em dia, apesar de terem esticado os prazos e reduzido as taxas cobradas.

Do valor renegociado, um terço teve o pagamento atrasado em pelo menos 15 dias. Os atrasos superiores a 90 dias, quando o consumidor é declarado inadimplente e o seu nome vai parar nos serviços de proteção ao crédito, representam metade desse volume, segundo o BC.

O aumento das renegociações reflete, principalmente, a piora nas condições de crédito e no mercado de trabalho. Nesse mesmo período, as concessões de financiamentos ao consumo cresceram 4%, ou seja, tiveram retração em termos reais (descontada a inflação de quase 10%).

Os dados do BC mostram que os consumidores têm obtido descontos ao renegociar débitos bancários. A taxa média nessas operações estava em 46% ao ano em julho, menos da metade do verificado no crédito pessoal (114%) e bem inferior à do cheque especial (247% ao ano).
Uma explicação para a taxa menor, segundo o BC, é que dívidas de cheque especial ou cartão de crédito, após a renegociação, ficam mais semelhantes a empréstimos pessoais, com cronograma definido de prestações.

Além disso, a renegociação é realizada em condições de juros e prazo que possibilitem ao devedor a retomada dos pagamentos. "É natural, portanto, que as taxas de juros renegociadas sejam mais baixas", diz o BC.

REINADIMPLENTES

Dados da Boa Vista SCPC, que incluem dívidas com bancos e outros credores, como prestadoras de serviços, mostram que a chamada reinadimplência cresceu em julho, para 61,3%.

O índice aponta o percentual de devedores que, mesmo depois de limparem seu nome, voltaram a entrar no registro de inadimplentes.
Segundo Flávio Calife, economista da Boa Vista, a média histórica do indicador gira em torno de 50%. Desde 2014, no entanto, ele fica acima disso, um indício do mau momento econômico no país.
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"O consumo está retraído, o que reduz o ritmo de crescimento da inadimplência em geral. Ainda assim, as pessoas não estão conseguindo pagar suas dívidas", afirma.

O aumento do desemprego, a queda na renda real –também consequência da inflação– e a alta dos juros no país complicam o quadro.
"O uso do rotativo do cartão de crédito e do limite de cheque especial cresceram neste ano. Esses segmentos costumam apresentar alta quando há menos renda disponível na economia", diz.

Para ficar com o nome sujo, o consumidor precisa ficar 90 dias sem pagar uma conta ou parcela da dívida. Ao renegociar, ele sai do registro de devedores após o pagamento da primeira parcela.

Embora a pesquisa não aponte a proporção de consumidores que já renegociaram suas dívidas e voltaram a ficar inadimplentes, Calife afirma que eles representam boa parte do índice de 61,3%. "Sem dúvida, boa parte disso é renegociação", afirma.
Matéria original: Inadimplência sobe