A inadimplência do setor empresarial cresceu 19% em 2010. A informação divulgada nesta segunda-feira, 30, é da Serasa Experian. A porcentagem é a maior em dois anos. Em 2009, quando as empresas sofreram com as consequências da crise mundial devido à quebra de vários bancos norte-americanos, dados registraram alta de 25,1% de inadimplentes.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, em 2011 os negócios enfrentaram várias adversidades que prejudicaram o seu fluxo de caixa, o que ocasionou a alta do índice de inadimplência. Entre os fatores que influenciaram negativamente as empresas, está a inflação, que aumentou os custos dos empresários, os juros altos e a queda da atividade econômica como um todo.
Perspectivas para 2012
Economistas estão otimistas com a recuperação das empresas no ano de 2012. No entanto, para que as boas perspectivas se concretizem, os problemas enfrentados pela Europa precisam ser resolvidos, para evitar a quebra de instituições financeiras, como ocorreu em 2008, e a piora do atual cenário de endividamento.
A perspectiva da diminuição de inadimplência deve-se também ao aumento de 14% no salário mínimo, – de R$ 545 para R$ 622 – as baixas taxas de desemprego e a expectativa de queda da inflação.
Segundo o economista da consultoria LCA, Wermeson França, o dinheiro extra do aumento do salário mínimo deve ajudar o consumidor a pagar suas dívidas: “Ao contrário de 2010, o salário mínimo teve aumento real, o que melhora o poder de compra do consumidor”, disse.
Especialistas afirmam que a inadimplência deve permanecer estável nos primeiros meses de 2012 e começar a cair a partir do segundo trimestre. Embora as perspectivas sejam favoráveis, os empresários devem ter cuidado com o caixa das empresa,s pois, caso a crise da Europa se agrave, a tendência é que o acesso ao crédito fique mais difícil. Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, as dificuldades enfrentadas em 2008 podem se repetir: “Podemos ter a repetição de 2008, quando grandes empresas que se financiavam no exterior buscaram dinheiro no mercado doméstico e, para financiá-las, os bancos reduziram o crédito para pequenas e microempresas”, afirmou.
Fontes: Estadão - Inadimplência das empresas sobe 19% em 2011;
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