terça-feira, 23 de outubro de 2012

Maior volume e menor inadimplência compensarão margem menor, diz Itaú

O diretor corporativo de controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderón, disse nesta terça-feira (23) que as margens do banco certamente cairão ao longo do ano que vem, mas que a queda deve ser compensada pelo aumento do volume de operações e redução da taxa de inadimplência. 

A instituição financeira anunciou nesta terça ter registrado lucro líquido recorrente de R$ 3,412 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, quando somara R$ 3,940 bilhões e de 4,8% em relação ao segundo trimestre (R$ 3,585 bilhões).

De acordo com o diretor, a redução pode ser atribuída a “receitas menores, associadas a um mix de crédito de preço menor”, referindo-se às taxas de juros mais baixas – o que vem acontecendo no mercado bancário nacional desde abril, acompanhando a redução da taxa de básica de juros da economia brasileira, a Selic.
Calderón afirmou que a perda de ganhos com as taxas menores será compensada com o risco menor e taxas de inadimplências mais baixas, que devem ser sentidas nos próximos resultados. “A expectativa é que as despesas com inadimplência serão menores em valor nominal nos próximos trimestres e em 2013”
“As margens certamente cairão nos próximos períodos e cairão ao longo do ano que vem, mas o volume total do banco vai crescer, o que será capaz de compensar a redução média da margem, que será compensada, também, por um volume de inadimplência menor no ano que vem”, afirmou.
Carteira de veículos
Outra mudança de estratégia do banco, afirmou, é com relação à carteira de veículos, que estava com uma inadimplência muito alta.
“O produto de financiamento do veículo sem entrada se provou de contribuição negativa, o banco não ganhou dinheiro nesse produtos e deixamos de fazer a partir de junho”, disse. Segundo Calderón, o prazo médio de financiamento, que está atualmente em aproximadamente 42 meses, mas já foi de 52 meses. O volume médio de entradas também aumentou, de 25% para 37% atualmente. “Não é verdade que não estamos financiando veículos, somos o banco que mais financia. Só reduzimos um pouco a participação, de 33% para 28%, 29%”, afirmou.
O diretor justificou o aumento da inadimplência do banco por conta da carteira de veículo.
O banco afirma que deve focar mais o volume de crédito em linhas como imobiliário, consignado e grandes empresas. “Há perspectivas de que as rentabilidades cresçam (...). As despesas com inadimplência ainda estão com o patamar de risco do passado, isso puxa nosso retorno para baixo. Mas, olhando para a frente, vemos recuperação de receitas, os volumes crescerão com crescimento da economia e depois, teremos despesas com inadimplência baseada nos atuais riscos”, ressaltou.

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