Fonte: Computerworld - DÉBORAH OLIVEIRA
A nuvem está fisgando empresas de diferentes setores e a temporada de caça por profissionais de cloud já começou e deve ser intensificada em 2013, de acordo com analistas do setor de Tecnologia da Informação (TI). Números comprovam a movimentação. Os gastos com cloud deverão gerar cerca de 14 milhões de empregos no mundo até 2015, segundo a consultoria IDC. Mas o que é necessário para conquistar um lugar ao sol nesse mercado?
Visão de gestão, opina Sandro Melo, coordenador do curso de Rede de Computadores da BandTec, entidade educacional localizada em São Paulo. “Ele também tem de dominar o lado técnico”, completa Melo. O conhecimento em virtualização vale ouro nesse profissional, acredita. “Afinal, essa tecnologia é ponte para a nuvem.”
Além disso, o velho discurso da fluência em inglês também vale para o arquiteto de cloud, já que muito material disponível sobre o tema está disponível na língua.
Segundo Jairo Okret, sócio-sênior da Korn/Ferry, empresa de recrutamento, o profissional tem de entender do tradicional 'bits e bytes', mas saber falar a linguagem dos negócios. “Temos dificuldade para encontrar esse profissional. Essa conexão é o tempero que falta”, relata.
Para Antonio Couto, estrategista de cloud computing da HP no Brasil, o arquiteto de cloud computing é uma evolução natural do arquiteto de soluções. O primeiro passo para o profissional que quer seguir carreira na área, diz, é deixar de enxergar TI como um conjunto de silos e passar a vê-la como provedora de serviços. “Parece uma questão óbvia, mas essa mudança é crucial”, constata.
Esse talento, prossegue, deve reunir características multidisciplinares. “Normalmente, o profissional de TI especializa-se em uma determinada tecnologia. O de cloud precisa ter visão holística. Ele deve enxergar o que há atrás da nuvem”, assinala.
Couto lembra que esse profissional está em falta no mercado e existe uma tendência de capacitação dentro de casa. “O desafio é sair da zona de conforto e buscar multidisciplinaridade. Conhecer mais sobre rede, storage, virtualização etc. A aprendizagem em nuvem vai exigir dedicação”, aponta. O preparo consome, segundo ele, de um a dois anos. “A partir daí, o profissional passa a falar a língua da nuvem”, acredita.
O estrategista da HP afirma que investir em certificações será diferencial importante na carreira. Por aqui, começam a chegar treinamentos na área. A HP, explica Couto, tem uma série de especializações no setor. Ele afirma que o profissional tem de seguir uma trilha de cursos para tornar-se arquiteto de cloud, que incluem aulas para passar a ser administrador de nuvem, integrador de nuvem e, por fim, arquiteto de cloud.
Os treinamentos em cloud da HP estão sob o guarda-chuva HP ExpertOne e são ministrados pela HP Education Services e empresas parceiras como Cybertron, INDC e NSL. Os materiais de estudo são fornecidos pela HP e as companhias de treinamento. Couto lembra que os interessados também podem comprar livros para estudar e depois realizar a prova aplicada pela Pearson VUE. “O HP ASE Cloud Architect Official Exam Certification Guide (Exam HP0-D14) pode ser encontrado em diversas lojas virtuais, como a Amazon”, indica.
Reportagem recente publicada no site Infoworld nos Estados Unidos listou quatro competências que os profissionais devem ter para se tornarem uma arquiteto de cloud de sucesso. Veja abaixo.
1. Compreender a maior parte das tecnologias de computação em nuvem, tanto privada quanto pública
Tente acompanhar o assunto por pelo menos um mês. É cansativo. Contudo, aqueles que criam soluções em nuvem precisam ter uma compreensão holística da tecnologia disponível, incluindo sua função e uso corretos. Isso significa compreender todos os produtos OpenStack e CloudStack, as ferramentas de gestão, as soluções de segurança em nuvem e, é claro, onde os Amazon Web Services – AWS se encaixam nessa mistura.
2. Saber as melhores práticas arquitetônicas de até 20 anos atrás
A habilidade de projetar soluções em nuvem é baseada em procedimentos arquitetônicos e métodos antigos. Caso você compreenda o que eles são e tenha experiência na utilização dessas abordagens, não correrá o risco de reinventar a roda no mundo da computação em nuvem. Isso inclui conhecer arquitetura orientada a serviço (SOA) e outras arquiteturas corporativas mais tradicionais.
3. Repensar o que não funciona e buscar o que funciona
Grande parte do trabalho do arquiteto de computação em nuvem é testar coisas novas, ver se elas funcionam e, caso não funcionem, encontrar alternativas. Os melhores arquitetos são abertos em relação à utilização da tecnologia e estão sempre buscando a melhor solução. Mas lembre-se: só porque algo funciona não significa que seja a solução correta.
4. Vontade de compreender e trabalhar com o negócio
Soluções de computação em nuvem bem-sucedidas são aquelas que atendem diretamente as necessidades do negócio e os arquitetos da nuvem precisam compreender o negócio e trabalhar diretamente com as partes interessadas. Muitos profissionais da tecnologia tendem ficar presos a uma tecnologia e não chegam a compreender os problemas centrais do negócio que precisam ser solucionados. Isso não leva a algo bom.
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