A imagem acima é o mapa da internet mais apurado que já foi feito até hoje.
Ele foi divulgado a cerca de um mês, e foi feito de maneira completamente ilegal por um pesquisador informal. O hacker (na realidade) que o fez, entrou ilegalmente em diversos aparelhos que você não imaginaria estarem conectados na internet (como impressoras, webcams e outros periféricos) e totalmente desprotegidos ou usando senhas de proteção padrão. A quantidade desses aparelhos é gigantesca, e, embora o mapa não represente a realidade, é o mais próximo que temos dela. Incrível, não? Essa aí é uma das caras da internet.
Mas ao longo dos anos, desde que a internet começou a ser usada, uma série de metáforas físicas foram criadas para explicar a sua “aparência” ou comportamento. A mais comum e conhecida por todos, e talvez a que muitos tenham na cabeça hoje, é a da rede global: a “World Wide Web”.
Essa metáfora assume que a internet é uma série de pontos interconectados no espaço, mas para por aí com as descrições. Embora ela esteja completamente correta, isso é válido para qualquer rede de computadores ou uma série de outras redes — é uma metáfora bem genérica.
Nos anos 90, se começou a falar em “uma super rodovia de informação”. Essa metáfora já é bem mais próxima da experiência real que temos de usar a internet: a sensação de caminhar por uma estrada infinita, onde uma quantidade absurda de informação nos acompanha e guia o caminho.
Porém, o que vivemos hoje em dia com a internet não é bem assim. Como fala esse artigo da Motherboard, uma rodovia assumiria que você usa a internet para chegar a algum lugar, um objetivo. Mas muitas vezes usamos a internet hoje para não chegar a lugar algum. O objetivo da internet é cada vez mais estar nela, dentro dela, imerso, como em uma banheira quente infinita. Pessoalmente, acho essa metáfora bem pertinente quanto ao uso da internet na realidade.
Mas as metáforas não pararam por aí. O mapa da internet acima é de 2007, de uma pesquisa feita na Universidade de Tel Aviv em Israel, e como fala o artigo da PopSci, mostra que a distribuição de dados da internet faz com que ela tenha a forma de um grande pirulito. O mapa é uma representação matemática dos tubos, roteadores e outros pedacinhos de hardware que carregam dados pela web, que se organizam em camadas em torno de um conglomerado central. No coração vermelho central fica um concentrado de mais de 100 redes gigantescas operados por grandes corporações como o Google ou a ATT Worldnet. A parte periférica roxa consiste basicamente de redes menores (de pequenas empresas e provedores de internet).
O problema que o mapa mostra é que estar na periferia da internet significa que os seus dados precisam viajar pelo meio do centro congestionado. Por isso, navegar na internet não tem nada a ver com um pirulito, que é igualmente distribuído e homogêneo, fazendo com que você saiba onde vai chegar se continuar lambendo. Está mais para uma viagem extremamente ineficiente: um plano de vôo que passaria por Brasília para ir do Rio à São Paulo.
Mas apesar de todas as metáforas bonitas e o papo sobre como usamos a internet, a realidade é, mesmo, mais parecida com isso aí. Uma quantidade absurda de cabos e tubos aparentemente super caóticos, que de alguma forma conseguem fazer a coisa toda funcionar.
O ponto mais curioso do aspecto físico da internet é que ele é mais real e mais físico do que a maioria das pessoas imagina. Por exemplo, em Nova Iorque, a maior parte da conexão com a internet vem de um único prédio antigo na parte inferior de Manhattan. Para quem se interessar, há um documentário sobre o prédio, chamado “Bundled, Buried and Behind Closed Doors”, que conta a história de como a internet da cidade foi parar ali, num prédio desconhecido onde ninguem iria imaginar.
Qual a forma da internet para você? Se quiser ver mais, The Internet Mapping Project é um projeto de mapas da internet desenhados por várias pessoas e enviados para a artista, que juntou tudo num flickr. Bem interessante!
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